Damasco - Em seu primeiro discurso público desde o início das manifestações por reformas na Síria, o ditador Bashar Assad atribuiu os protestos a uma "conspiração estrangeira e, diferentemente do que prometiam seus aliados, não suspendeu o estado de emergência vigente desde 1963.
A fala de Assad enfureceu ativistas, que o acusaram de desafiar a comunidade internacional e prometeram novos protestos. Estima-se que, nos últimos 11 dias, ao menos 60 tenham morrido devido à repressão de manifestações; oposicionistas estimam as mortes em mais de cem.
Sorridente, Assad, que está no poder desde 2000 sucedendo ao pai, Hafez Assad, que governou por 29 anos discursou para um Parlamento que o interrompia frequentemente para aplausos.
O ditador alegou apoiar reformas, mas afirmou que elas não podem ser feitas por "modismo. "Quando elas só refletem uma onda que está passando pela região, podem ser destrutivas, disse, em clara referência às revoltas que derrubaram governos na Tunísia e no Egito.
Sistema político
Assad não deu, porém, nenhum sinal de que pretenda mudar o sistema de partido único. O ditador afirmou, ainda, que sua prioridade é melhorar a vida dos sírios.
"Lidar com o sofrimento da lei de emergência é algo que pode esperar; o que não pode esperar é o tratamento de uma criança cujo pai não tem recursos, declarou ele, fortemente aplaudido pelo Parlamento governista.
Assad atribuiu a "grande conspiração de que, segundo ele, a Síria é vítima a países "próximos e distantes, sem nomear nenhum deles.
O regime sírio é um dos principais adversários dos EUA no Oriente Médio. Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, chamou o discurso de "decepcionante: "É muito mais fácil procurar teorias da conspiração que responder à demanda por reformas.
Novo protesto reuniu ontem cerca de cem pessoas na cidade portuária de Latikia, no sul do país. Moradores disseram ter visto tropas do governo atirando, mas não estava claro se era contra os manifestantes ou para o alto.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Deixe sua opinião