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O presidente do Equador, Rafael Correa, em campanha: Itamaraty diz acreditar que ameaça de calote é jogo pré-eleitoral | Rodrigo Buendia/AFP
O presidente do Equador, Rafael Correa, em campanha: Itamaraty diz acreditar que ameaça de calote é jogo pré-eleitoral| Foto: Rodrigo Buendia/AFP

Associação pede reação diplomática de Brasília

A Associação Brasileira das Empresas de Infra-estrutura (Abdib) divulgou nota ontem em que cobra do governo brasileiro uma reação diplomática imediata à decisão do presidente do Equador, Rafael Correa, de expulsar a construtora Odebrecht e desapropriar seus projetos no país.

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Amorim diz não ver risco de calote

O chanceler Celso Amorim disse ontem em Nova Iorque não ver riscos de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deixe de receber os US$ 243 milhões que emprestou à Odebrecht para a construção de uma hidrelétrica no Equador, conforme ameaçou ontem o presidente equatoriano, Rafael Correa.

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Brasília - A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem que o empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cujo pagamento o presidente do Equador, Rafael Correa, ameaça suspender foi feito para a construtora brasileira Norberto Odebrecht, e não para o governo equatoriano.

"O presidente já disse que o BNDES não tem relação com o Equador. Não emprestou para o Equador. Emprestou para a empresa. Então a relação é da empresa com o BNDES. Não vamos complicar mais a situação", disse Dilma.

A disputa entre a empresa brasileira e o Equador ganhou contornos de uma crise bilateral entre os dois países, depois que o presidente declarou que analisava a possibilidade de dar um calote no banco brasileiro no valor de US$ 243 milhões.

Na última terça-feira, Correa expulsou dirigentes da empresa por causa de reclamações de que a hidrelétrica foi mal construída.

Dilma também afirmou que o governo brasileiro vai tratar da polêmica com tranqüilidade, mas apenas depois do referendo constitucional a ser realizado no próximo domingo, no Equador.

"O presidente Lula já falou que vamos tratar calmamente deste assunto. Obviamente importa ao Brasil, é uma empresa importante do país e vamos fazer uma gestão calma, tranqüila. Vamos (deixar) passar este momento primeiro, da eleição, e vamos tratar deste assunto. A declaração do presidente é a compreensão do governo sobre o processo."

No Palácio do Planalto, a avaliação feita é que foi uma bravata política a ameaça feita pelo presidente do Equador de não pagar o empréstimo. Segundo um ministro que analisou o episódio, está clara a estratégia política de Correa para encontrar um discurso interno, com o objetivo de fortalecer sua posição no referendo.

Apesar do desconforto com a situação, a determinação interna é de baixar a temperatura para evitar uma crise bilateral entre o Brasil e o Equador. Mesmo assim, a compreensão é que o governo brasileiro não deve entrar no jogo político de Correa. Por isso, a recomendação é que o Itamaraty seja firme numa solução que não prejudique interesses brasileiros neste episódio específico.

Em relação à Odebrecht, a percepção palaciana é que a empreiteira vai agilizar uma saída para o impasse, já que precisa manter uma imagem positiva na América do Sul, onde já tem obras em vários países.

Um integrante da área econômica lembrou que o Equador é signatário do Convênio de Créditos Recíprocos (CCR), cujo ponto forte é a garantia dada pelos bancos centrais da região aos empréstimos. Se o pagamento não for honrado, o Brasil poderá acionar o país vizinho num tribunal internacional e os equatorianos teriam de sair do CCR.

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