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Estima-se que os eleitores espanhóis tenham mais uma vez dividido seu voto entre os quatro principais partidos | JOSE JORDAN/AFP
Estima-se que os eleitores espanhóis tenham mais uma vez dividido seu voto entre os quatro principais partidos| Foto: JOSE JORDAN/AFP

A Espanha vota desde a manhã deste domingo (26) para tentar, pela segunda vez em seis meses, eleger um novo primeiro-ministro.

Apesar da urgência em resolver o impasse político, dias após o Reino Unido decidir deixar o bloco europeu, estima-se que os eleitores espanhóis tenham mais uma vez dividido seu voto entre os quatro principais partidos, sem que nenhum deles seja capaz de formar um governo.

O resultado pode ser, portanto, um repeteco de dezembro, quando nenhuma das forças políticas conseguiu eleger 176 deputados, o necessário para governar. A liderança política tampouco foi capaz de fazer alianças, o que empurrou o país para o segundo pleito, no domingo (26).

O impasse dos últimos seis meses significou a paralisia do Parlamento, um Executivo provisório com poderes limitados, novos gastos com campanhas e o desânimo da população diante de partidos políticos por ora incapazes de chegar a um consenso.

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Na atual situação, a Espanha não pode renovar seu Orçamento, e o investimento público está congelado.

O Partido Popular (conservador) liderou as eleições anteriores, com 28,7% dos votos. Neste domingo, estimam-se 29%. O Podemos, em uma aliança com o Esquerda Unida, deve ter 26% dos votos, em segundo lugar.

A despeito do resultado, não está claro qual deles poderá governar. As duas outras forças políticas de peso são o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol, centro-esquerda), com estimativa de 20,5% dos votos, e o Cidadãos, com 14,5%.

O novo Parlamento deve ser constituído em 19 de julho. A partir de então, o rei deve reunir-se com os representantes dos partidos e escolher um deles para tentar formar um governo. Não necessariamente precisar ser o partido mais votado, apesar de essa ser a expectativa.

Como ocorreu após as eleições de dezembro, os líderes negociarão entre si para decidir quem será o próximo premiê. Se quiserem evitar o impasse do último pleito, precisarão chegar a novos acordos. Dois meses depois da primeira tentativa de formar governo, novas eleições poderão ser convocadas.

Pactos

Os desafios políticos espanhóis estão relacionados a um novo cenário, no país. Em dezembro, rompeu-se o bipartidarismo vigente, com o surgimento de duas novas forças políticas, o Podemos e o Cidadãos. Com divergências entre seus líderes, não foi possível formar governo.

Espera-se que, agora, os partidos sejam capazes de cruzar seus limites e negociar. Uma opção seria a aliança entre os esquerdistas PSOE e Podemos. O acordo seria desconfortável para o PSOE, que nesse caso ficaria em segundo plano -o partido era, até então, uma das principais forças do país.

Também pode haver acordos entre o PSOE e o PP, em uma aliança entre os partidos tradicionais do antigo bipartidarismo. Ambos, porém, correriam o risco de desagradar suas bases eleitorais, em especial o PSOE, que já vive o pior momento de sua história em termos de apoio.

PP e Cidadãos poderiam também pactar, mas por ora Albert Rivera, líder do Cidadãos, condiciona esse acordo à saída de Rajoy do poder.

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