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A intervenção policial durante um protesto indígena no último domingo, que acabou em confrontos violentos e na prisão de dezenas, foi uma ação planejada em termos operacionais e logísticos. Segundo documento obtido pelo jornal "La Razón", o plano previa a transferência de até 400 manifestantes para a cidade de Trinidad. O vice-presidente boliviano, Álvaro García, afirmou, no entanto, que não houve qualquer ordem política para a operação.Os índios protestavam contra a construção de uma estrada que passará por sua reserva.

O documento "Plano de Desconcentração" não revela quem ordenou a ação, mas detalha o nome, patente e número de policiais envolvidos. "Em cumprimento à missão constitucional o contingente policial do Departamento de Beni, executará a transferência de 350 a 400 indígenas manifestantes", afirma o documento.

O dirigente indígena Adolfo Chávez informou que o documento foi encontrado quando realizavam uma busca pelos índios desaparecidos em San Miguel de Chaparina, local da operação.

Ministério de Governo contratou ônibus para transferir índiosDez ônibus do serviço público com a escolta de seis caminhonetes formavam o comboio que levaria os manifestantes. Um segundo documento obtido pela liderança mostra que uma representante do Ministério de Governo contratou os veículos.

Nenhum dos dois documentos revela os nomes dos responsáveis pela operação que repreendeu o protesto. Os manifestantes foram espancados, algemados e amordaçados com fitas adesivas.

Em coletiva de imprensa, o vice-presidente afirmou que "não houve uma instrução política" do Palácio ou do Ministério de Governo para a ação. "Já sabemos o que aconteceu. Já fizemos um conjunto de averiguações internas", disse García ao ser perguntado quem ordenou a operação policial.

Após a ação, os índios foram transferidos até San Broja, mas diante da resistência local o comboio retornou a Yucumo, de onde seguiram para Rurrenabaque. Da cidade, os manifestantes foram de avião para Trinidad.

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