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Quarks

Dois japoneses e um norte-americano ganham Nobel de física

Nambu é cercado por jornalistas após ganhar prêmio por estudo que explica o comportamento das menores partículas da matéria | John Gress / Reuters
Nambu é cercado por jornalistas após ganhar prêmio por estudo que explica o comportamento das menores partículas da matéria (Foto: John Gress / Reuters)

Os japoneses Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa e o norte-americano de ascendência japonesa Yoichiro Nambu dividiram nesta terça-feira (7) o prêmio Nobel de física 2008. A distinção consagrou estudos que ajudam a explicar o comportamento das menores partículas da matéria.

A Real Academia Sueca anunciou que Nambu, de 87 anos, pesquisador da Universidade de Chicago nascido no Japão, foi agraciado com a metade do prêmio, pela descoberta do mecanismo chamado quebra espontânea da simetria na física de partículas.

Kobayashi e Maskawa dividem a outra metade do prêmio, por encontrarem a origem da ruptura da simetria que prediz a existência de pelo menos três famílias de quarks na natureza. Os quarks são partículas elementares da matéria.

Segundo a academia, o trio "apresentou insights que nos deram uma compreensão mais profunda" sobre o que ocorre no interior dos menores elementos que formam a matéria.

Na física, a idéia da simetria se refere a um tipo de igualdade ou equivalência em uma situação. No nível subatômico, por exemplo, não deve ser possível dizer se observamos os eventos diretamente ou através de um espelho, ou se uma gravação desses eventos está passando na ordem normal ou invertida. Além disso, as partículas devem se comportar exatamente como as antipartículas.

Se uma dessas regras for violada, a simetria está rompida.

Uma grande ruptura da simetria surgiu logo após o Big Bang, quando um pouco mais de matéria que antimatéria foi criada. Como essas partículas se aniquilam ao se encontrar, esse excesso de matéria foi responsável por semear as partes visíveis do universo, segundo os físicos.

Nambu introduziu sua descrição da ruptura espontânea da simetria na física de partículas em 1960. Os responsáveis pelo Nobel apontaram que as teorias de Nambu ajudam a formar a teoria básica sobre como o universo opera. Os estudos dele ajudam a explicar, por exemplo, por qual motivo partículas diferentes têm massas diferentes.

Já Kobayashi e Maskawa explicaram, em 1972, porque um experimento realizado oito anos antes liberou uma partícula chamada kaon, não seguindo as regras da simetria. Eles previram a existência de três partículas subatômicas chamadas quarks. A existência dos quarks foi confirmada entre 1974 e 1994.

Honra

"Eu fiquei surpreso e honrado, não esperava isso. Me dizem há muitos anos que eu estava na lista (de prováveis ganhadores)", disse Nambu nesta terça-feira. "Eu já tinha quase desistido."

Nascido no Japão, Nambu se mudou para os Estados Unidos em 1952 e trabalhou para a Universidade de Chicago por 40 anos. Ele se tornou um cidadão norte-americano em 1970.

Kobayashi, de 64 anos, trabalha para a Organização de Investigação da Aceleração de Alta Energia, em Tsukuba, no Japão Maskawa, de 68 anos, leciona física na Universidade Sangyo, em Kioto, e também na Universidade de Nagoya.

Maskawa minimizou a conquista. "Estou muito feliz com o fato de o professor Yoichiro Nambu ter ganhado, mas não por mim", disse ele, em entrevista coletiva segundo a agência Kyodo. "É só um carnaval superficial."

Já Kobayashi disse que "é uma grande honra" receber o Nobel de física. "Estou muito contente."

O prêmio inclui 10 milhões de coroas (US$ 1,4 milhão), um diploma e uma medalha de ouro. A entrega dos prêmios ocorrerá em 10 de dezembro, em Estocolmo. As informações são da Associated Press.

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