Dois trabalhadores da usina nuclear danificada do Japão podem ter excedido o limite de exposição à radiação estipulada pelo governo, disse a operadora da usina, aumentando as preocupações de saúde para os que estão combatendo o pior desastre nuclear do mundo em 25 anos.

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Se for confirmado, seria o primeiro caso de excesso de exposição à radiação entre as centenas de trabalhadores de emergência que estão lutando para controlar a usina Fukushima Daiichi, da Tokyo Electric Power Co. (Tepco), destruída pelo terremoto e tsunami há dois meses e meio.

O governo e a operadora foram duramente criticados por não divulgarem informações suficientes sobre as doses de radiação e os riscos. Alguns especialistas questionam se os trabalhadores foram informados adequadamente sobre os possíveis perigos de exposição.

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"O problema é que a política se concentrou demais na proteção da Tepco e não o suficiente no público", disse Kiyoshi Kurakawa, médico que foi consultor científico do governo entre 2006 e 2008.

Medidas de exposição externa e de iodo radioativo em suas glândulas da tireóide indicavam que os dos trabalhadores, um na casa dos 30 anos e outro na dos 40, ultrapassaram o limite máximo estipulado pelo governo de 250 millisieverts, durante o período do projeto de controle e limpeza.

Uma exposição à radiação de 250 millisieverts é equivalente a mais de 400 raios-X abdominais. Esse índice é abaixo do nível para doença aguda provocada por radiação.

Especialistas estão divididos sobre os efeitos de longo prazo à saúde, mas índices mais altos de exposição correspondem a riscos mais altos de câncer.

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