A Liga Árabe considerou neste domingo que a Síria não está aplicando seu plano de saída da crise no país, onde doze pessoas morreram pelas mãos das forças de segurança no dia da festa muçulmana do sacrifício.

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Várias manifestações foram realizadas neste domingo (6) em Homs (centro), principal foco dos protestos contra o regime do presidente Bashar al-Assad, apesar das operações militares lançadas há várias semanas, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Nove civis morreram pelas mãos das forças de segurança em vários bairros de Homs, localidade submetida a incessantes bombardeios há vários dias, disse o OSDH em um comunicado.

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Além disso, dois civis morreram baleados nas cidades de Hama e outro em Idleb, no norte do país.

As forças armadas intervieram também em Zamalka e Irbin, na província de Damasco, segundo os comitês locais de coordenação (CCL), que organizam as manifestações.

Já o presidente Assad participou neste domingo da oração da festa do sacrifício na mesquita Al Nur de Raqqa, no norte da Síria, segundo a rádio oficial síria.

Em várias cidades do país, após esta oração ocorreram manifestações, em alguns casos com muitos adeptos, para apoiar os opositores de Homs e pedir o fim do regime, indicaram o OSDH e os CCL.

Além disso, os presos políticos iniciaram neste domingo uma greve de fome "para protestar contra o regime que não cumpriu com suas promessas".

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No sábado, o regime sírio havia libertado mais de 550 pessoas detidas durante a repressão do movimento de protesto, como primeiro sinal do cumprimento do plano árabe para resolver a crise.

No entanto, a Liga Árabe anunciou neste domingo em um comunicado que haverá uma reunião de chanceleres da organização no próximo sábado porque "o governo sírio não cumpriu com seu compromisso de aplicar o plano árabe para solucionar a crise".

O plano da Liga Árabe prevê o fim da violência, a libertação das pessoas detidas durante a repressão, a retirada do exército das ruas e a livre circulação dos observadores e dos meios de comunicação internacionais, antes da abertura de um diálogo entre o regime e a oposição.

As associações sírias de defesa dos direitos humanos e a ONU contabilizam em milhares o número de pessoas detidas na repressão da revolta lançada no dia 15 de março. Desde então, mais de 3 mil pessoas morreram, segundo as Nações Unidas.

Já o chanceler francês, Alain Juppé, considerou que "não há mais nada a esperar deste regime" sírio.

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Juppé lembrou que "foram tomadas diferentes iniciativas para tentar fazer com que Bashar al-Assad aceite o plano da Liga Árabe. Já viram o que aconteceu com a última delas: Bashar al-Assad aceitou o plano da Liga Árabe e, no dia seguinte, massacrou dezenas de pessoas nas ruas", acrescentou.