Autoridades egípcias anunciaram planos nesta sexta-feira (2) de fazer um cerco a dois acampamentos montados por partidários do presidente deposto Mohammed Mursi, mas centenas de apoiadores do ex-chefe de Estado decidiram montar um terceiro acampamento, nas proximidades do aeroporto internacional do Cairo.
A polícia lançou gás lacrimogêneo contra partidários de Mursi que se reuniram em frente a um complexo habitacional, informou um funcionário do setor de segurança. Uma segunda fonte disse à agência estatal de notícias que os manifestantes tentaram "obstruir o tráfico numa tentativa de prejudicar os trabalhos no complexo".
A televisão estatal informou que forças de segurança vão estabelecer um cordão de isolamento ao redor dos dois principais acampamentos, no prazo de 48 horas, onde milhares de pessoas estão instaladas desde antes de o presidente ser deposto, em 3 de julho.
As autoridades permitirão que pessoas saiam desses locais sem verificar suas identidades ou detê-las, mas não permitirão a entrada de ninguém nos acampamentos, disse a televisão, sem dar detalhes sobre os passos seguintes. Anteriormente, porém, o governo havia dito que usaria canhões de água e gás lacrimogêneo para dispersar os grupos.
O estabelecimento do cordão de isolamento ao redor dos acampamentos eleva a possibilidade de mais violência no país, onde mais de 130 partidários de Mursi já morreram desde o golpe militar.
Organizadores dos protestos do lado de fora da mesquita Rabaah al-Adawiya, e de um acampamento menor, nas proximidades da Universidade do Cairo, em Gizé, dizem que os protestos são sinais do contínuo apoio à Irmandade Muçulmana.
Além desses locais, um novo ponto de vigília teve início no bairro de Heliopolis, leste do Cairo, nas proximidades do aeroporto. Segundo o manifestante Hani el-Shafei, milhares de pessoas armaram suas barracas e interromperam o tráfico, enquanto um helicóptero militar sobrevoava o local.
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