| Foto: THOMAS SAMSON/AFP

O Egito anunciou nesta sexta-feira (20) que localizou partes do avião desaparecido da EgyptAir no leste do Mediterrâneo. A notícia é potencialmente a primeira evidência sólida da aeronave que caiu no mar após fazer manobras bruscas e perder contato com os controladores de voo.

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Os destroços incluíam pertences pessoais e partes do avião A320 da Airbus, disse um porta-voz militar no Cairo. Os itens foram encontrados 300 quilômetros ao norte da cidade egípcia de Alexandria, disse o porta-voz.

Não houve ainda confirmação de outros agentes envolvidos nas buscas internacionais dos destroços de que eles foram localizados. O Egito na quinta-feira chegou a dizer que foram encontrados destroços, após o governo grego falar sobre potenciais descobertas, mas depois recuou.

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O anúncio desta sexta-feira do Egito ocorre após se intensificarem as operações de busca no Mediterrâneo. A França enviou um avião especial que fez buscas marítimas para se unir a embarcações francesas, gregas e egípcias.

O avião com 66 passageiros e tripulantes a bordo viajava a 37 mil pés de altura quando fez uma manobra brusca, caiu e desapareceu dos radares.

Parentes de passageiros do voo da EgyptAir que desapareceu durante rota de Paris a Cairo. A lista de passageiros inclui 30 egípcios, 15 franceses , um britânico e um canadense.
Parente de passageiro do voo da EgyptAir que desapareceu durante rota de Paris a Cairo. Na foto, familiares de quem estava no avião estão sendo transportados para um ponto de encontro na capital egípcia.
Parentes de passageiros do voo da EgyptAir que desapareceu durante rota de Paris a Cairo. O avião sumiu durante a madrugada de quinta (19), enquanto sobrevoava o mar Mediterrâneo.
Ministro da avião do Egito, Sherif Fathy, fala durante coletiva de imprensa no aeroporto de Cairo. Fathy disse que não descarta ataque terrorista ou problemas técnicos na aeronave.
Ministro da avião do Egito, Sherif Fathy, fala durante coletiva de imprensa no aeroporto de Cairo. O Airbus A320 caiu 22.000 pés e desviou bruscamente duas vezes no espaço aéreo egípcio antes de desaparecer dos radares, disse o ministro da defesa grego Panos Kammenos em entrevista coletiva.
Ministro francês das relações exteriores, Jean-Marc Ayrault chega em hotel em Paris. O local é o ponto de encontro com os parentes dos passageiros desaparecidos do voo MS804.
Novas informações revelam que o voo sofreu uma queda no mar Mediterrâneo. O ponto exato seria ao sul da ilha grega de Karpathos. Quando ainda estava no espaço aéreo egípcio, o avião sumiu dos radares. Na foto, ministro francês das relações exteriores, Jean-Marc Ayrault chega em hotel em Paris para encontrar parentes dos passageiros.
Primeiro ministro francês, Manuel Valls deixa o palácio presidencial depois de reunião entre os ministros para discutir o desaparecimento do avião da EgyptAir.
Familiares de passageiros do voo MS804, que iria de Paris à Cairo, chegam à hotel perto do aeroporto Charles de Gaule, em Paris.
No aeroporto de Cairo, no Egito, parentes dos passageiros desaparecidos se confortam.
Familiares dos passageiros egípcios que se encontravam no voo MS804.
Ministro junior do transporte, economia marítima e pesca, Alain Vidales fala para a imprensa sobre a queda do avião da EgyptAir. A procuradoria da França informou que abriu uma investigação sobre o caso.
Ainda em Paris na manhã desta quinta (19), o ministro francês das relações exteriores, Jean-Marc Ayrault, fala para os jornalistas sobre a queda do avião. “Neste momento, precisamos dar prioridade à solidariedade às famílias” das vítimas, disse Hollande, no palácio Eliseu, em Paris.
Funcionário não identificado da EgyptAir fala para jornalistas no Aeroporto Charles de Gaule, nos arredores de Paris, França.
Parentes de passageiros do voo MS804, que desapareceu no mar Mediterrâneo. Das 66 pessoas à bordo, 10 eram tripulantes e 15 eram passageiros franceses.

O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Marc Ayrault, disse nesta sexta-feira que ainda não há pistas para explicar a queda da aeronave. Autoridades egípcias disseram ontem que era mais provável que houvesse ocorrido um atentado terrorista, em vez de um problema técnico, ainda que nenhum grupo extremista tenha reivindicado a ação.

Autoridades egípcias lideram as investigações, com o auxílio de militares franceses. Investigadores da França chegaram ao Cairo para auxiliar os egípcios na busca. A Airbus disse que também colaborava, com o fornecimento de imagens por satélite.

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O avião que fazia o voo 804 saiu do Aeroporto Charles de Gaulle, nas proximidades de Paris, às 23h09 (hora local), rumo ao Cairo, mas perdeu contato com os controladores quando já havia entrado 18 quilômetros dentro do espaço aéreo egípcio. A expectativa era de que ele pousasse em cerca de 30 minutos na capital egípcia, mas a tripulação não mais respondeu aos contatos.

O ministro da Defesa grego, Panos Kammenos, disse que a aeronave fez “movimentos bruscos”, teve uma perda rápida de altitude e depois desapareceu dos radares. O ministro da Aviação egípcio, Sherif Fathi, disse na quinta-feira no Cairo que um ataque terrorista era “uma possibilidade maior” do que um problema técnico no caso.

O voo aparentemente ocorria em meio a um clima favorável na região. Nos dias anteriores à desaparição, a aeronave havia feito viagens do Cairo para Bruxelas, Túnis e a capital da Eritreia, Asmara, antes de chegar a Paris, segundo o site Flightradar24. Fonte: Dow Jones Newswires.

Mistério

Se confirmado o encontro de destroços do avião, será o início da resolução do mistério que envolve as causas e o local exato do desaparecimento do Airbus da EgyptAir. As autoridades egípcias consideram que a hipótese de um atentado é a mais plausível, levando em consideração que não foram registradas mensagens de alerta por parte da tripulação antes da queda e o tempo era considerado excelente.

“Todas as hipóteses estão sendo examinadas, sem privilegiar umas sobre outras, porque não temos a mínima indicação sobre as causas”, afirmou nesta sexta-feira o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault.

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O ministro anunciou que se reunirá no sábado com as famílias das vítimas em Paris para “oferecer o máximo de informações com a maior transparência”.

O avião decolou do aeroporto Charles de Gaulle de Paris pouco depois das 23h00 (hora do Egito, 18h00 de Brasília) de quarta-feira e tinha previsão de pouso no Cairo na quinta-feira às 03h05 (22h05 de Brasília, quarta-feira). O avião, que estava a 37.000 pés de altitude (mais de 11.200 metros), “fez uma manobra de 90 graus para a esquerda e depois de 360 graus à direita, caindo de 37.000 a 15.000 pés”, afirmou o ministro grego da Defesa, Panos Kammenos.

A aviação civil grega indicou que a aeronave desapareceu de seus radares às 2h29 (Egito, 21h29 de Brasília), quando já estava no espaço aéreo egípcio. A última conversa do piloto com os controladores acontecem 20 minutos antes e ele não apontou “nenhum problema”, afirmou o diretor do departamento de controle aéreo da Grécia, Constantinos Litzerakos. Ele também disse que o piloto estava de “bom humor”.

Novo desafio para o Egito

O MP de Paris abriu uma investigação porque o voo decolou da França e transportava franceses. O desaparecimento do Airbus acontece em um momento difícil para o Egito, que enfrenta problemas de segurança e em sua economia.

O atentado contra o avião com turistas russos em 31 de outubro do ano passado provocou uma forte queda no turismo, um setor chave para a economia do país. O Egito enfrenta ainda uma ofensiva do grupo extremista Estado Islâmico (EI), principalmente contra as forças de segurança.

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No dia 29 de março, um voo da mesma companhia que seguia de Alexandria para o Cairo foi sequestrado e desviado para o Chipre por um homem que desejava se encontrar com a ex-mulher. O sequestrador se entregou seis horas depois, sem deixar vítimas entre os 55 passageiros.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]