Pelo menos 846 egípcios foram mortos nos levantes populares que levaram à queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro deste ano, anunciou nesta terça-feira uma comissão investigadora do governo do Egito.
No relatório, o painel de juízes e promotores descreveu como policiais atiraram na cabeça e no peito dos manifestantes. O relatório apresenta um número de baixas que é mais que o dobro do apresentado pela contagem oficial anterior, que afirmava que 365 pessoas foram mortas.
"Os ferimentos mortais ocorreram porque foram disparados tiros com munição de verdade na cabeça e no peito dos manifestantes", constatou o relatório, acrescentando que "um enorme número de pessoas com ferimentos nos olhos" foram hospitalizadas, das quais centenas perderam os olhos e ficaram cegas.
O relatório também culpa Mubarak, que governou o Egito entre 1981 e 2011, como responsável pelas mortes e mutilações. Foi o ex-mandatário, agora com 82 anos, quem deu a ordem ao ministro do Interior, Habib el-Adly, para que a polícia abrisse fogo contra os manifestantes.
A comissão baseou o relatório em depoimentos de funcionários públicos, manifestantes e testemunhas, bem como em reportagens de jornais e fotografias obtidas de indivíduos que participaram dos protestos.
Mubarak foi forçado a renunciar em 11 de fevereiro, em meio a enormes manifestações contra o seu regime, considerado decadente e corrupto. Ele foi substituído por uma junta militar, que realizou um referendo que estabeleceu eleições para o segundo semestre deste ano. As informações são da Associated Press.
Eleições em 2025 serão decisivas na disputa entre esquerda e direita na América do Sul
Exército inaugura primeira unidade militar brasileira especializada em destruir tanques
Qual será a agenda econômica para 2025?
Desempenho fraco de alunos de escolas privadas em matemática expõe crise da educação no Brasil