Festa para o novo Canal de Suez: “presente do Egito para o mundo”| Foto: Amr Abdallah Dalsh / Reuters

Banners espalhados pelo aeroporto do Cairo, carimbo especial para o visto de entrada e outdoors no caminho até o centro da cidade anunciavam a quem chegava ao Egito que o país entregou ontem seu “presente para o mundo”. É assim que a expansão do canal de Suez, que permitirá dobrar até 2023 o fluxo diário de embarcações, tem sido vendida ao público externo pelo presidente Abdel Fattah al-Sisi, alvo de críticas por seu governo autoritário.

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Para o público interno, a promessa é que o novo canal significará o “renascimento do Egito”, país que enfrenta instabilidade política desde 2011, após a queda do regime do ditador Hosni Mubarak, e insegurança — além de desemprego de 13% e inflação acima de 11%.

A seu favor, Al-Sisi tem o fato de ter concluído a obra em um terço do tempo inicialmente estimado (um dos três anos previstos) e de os US$ 8,5 bilhões gastos no projeto terem sido arrecadados com a venda de certificados de investimento em apenas oito dias em 2014.

Foi construída uma faixa de 35 km, paralela à do canal já existente, e um trecho de 37 km foi drenado, permitindo a travessia de navios maiores. Com isso, em mais da metade do trajeto (115,5 km dos 193 km) embarcações poderão trafegar simultaneamente nos dois sentidos. A estimativa é que, até 2023, o número de embarcações que cruzam o canal por dia passe de 49 para 97. A obra permitirá, segundo o governo, um aumento na arrecadação de US$ 5,3 bilhões para US$ 13,2 bilhões até 2023.