O Egito pediu na terça-feira a Israel que alivie as restrições à movimentação de palestinos, mas não ficou claro se as discussões no Cairo levaram a algum avanço na negociação por uma troca de prisioneiros entre israelenses e palestinos.
Foi a terceira visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao Egito desde que assumiu o cargo, em março. O Egito tem mediado as negociações para a troca de prisioneiros, entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
"Solicitamos que Israel tome muitas medidas internas para suspender a pressão aos palestinos, como postos de controle, que permita a liberdade de movimento", disse o chanceler egípcio, Ahmed Aboul Gheit, em entrevista coletiva. "Israel prometeu medidas que atenuariam a pressão sobre os palestinos."
Israel mantém postos de controle rodoviários na Cisjordânia, e também controla o espaço aéreo, o acesso marítimo e a maior parte dos pontos de fronteira terrestre na Faixa de Gaza.
Aboul Gheit disse que não se discutiu em detalhes a possível libertação do soldado israelense Gilad Shalit, que há três anos é refém em Gaza. Uma delegação do Hamas foi no domingo à Síria discutir com sua liderança no exílio a resposta israelense à proposta palestina de trocar Shalit por cerca de 1.000 dos 11 mil palestinos presos em Israel.
Aboul Gheit disse que o Egito é contra a exigência israelense de proibir entre 100 e 120 dos presos palestinos de voltarem à Cisjordânia, de onde há acesso mais fácil às cidades israelenses.
Israel também não quer libertar alguns palestinos que cumprem prisão perpétua por causa de atentados letais.
"O Egito entende a necessidade palestina quanto à libertação de certas figuras na prisão. Somos contra a ideia dos israelenses de expulsar alguns palestinos das terras palestinas e manter outros na prisão", afirmou.
Cerca de 1.400 ativistas de 43 países se reuniram nesta semana no Cairo para marcar o primeiro aniversário da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, que durou três semanas. O Egito proibiu uma passeata deles no centro do Cairo, mas não evitou que ocorressem protestos na segunda e terça-feira.
Aboul Gheit defendeu o polêmico muro de aço que o Egito está construindo na fronteira com Gaza, mas não deu detalhes sobre suas razões. "Trata-se da defesa egípcia. A defesa egípcia tem suas necessidades, impostas pelas circunstâncias, e não podemos revelar seus segredos", disse ele.
Israel se queixa do contrabando de armas e de itens com possível finalidade bélica por meio de uma rede de túneis sob a fronteira Egito-Gaza. Muitos dos 1,5 milhão de palestinos da Faixa de Gaza dependem do contrabando de alimentos e outros produtos feito nesses túneis.
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