O Egito rejeitou, nesta terça-feira, o apelo da secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, para que os países árabes neguem ajuda direta ao futuro governo palestino do Hamas.

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Em uma acalorada entrevista coletiva conjunta, Rice e o chanceler egípcio, Ahmed Aboul Gheit, discordaram também sobre a prisão de um importante líder da oposição no Egito.

Rice começou pelo Egito uma viagem a países árabes amigos dos EUA. A secretária quer que esses países pressionem o Hamas recusando assistência financeira ao grupo, considerado terrorista por Washington. O Egito tem uma grande influência sobre seus vizinhos palestinos.

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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, pediu formalmente na terça-feira ao Hamas que forme o novo governo palestino e aceite negociar com Israel, mas o grupo militante islâmico disse que qualquer conversa com o Estado judeu seria perda de tempo.

Gheit concordou que o Hamas deveria aceitar a necessidade de um acordo com Israel, mas não apoiou a posição americana de suspender a ajuda financeira, pois isso pode paralisar a Autoridade Palestina e provocar uma crise, mesmo que a ajuda humanitária aos palestinos prossiga.

- Devemos dar tempo ao Hamas. Tenho certeza de que o Hamas vai se desenvolver, vai evoluir. Não devemos pré-julgar a questão - afirmou.

Questionado sobre se isso significa que o Egito quer a manutenção da ajuda econômica árabe ao governo do Hamas, ele disse que "é prematuro julgar a questão neste momento."

Os Estados Unidos tentam criar uma frente internacional contra o Hamas desde a surpreendente vitória do grupo nas eleições parlamentares de 25 de janeiro.

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A maioria dos governos insiste que o Hamas deve abandonar a violência, mas improvável que muitos deles neguem a ajuda e participem do isolamento diplomático do grupo.

Rice, que visita o Oriente Médio periodicamente, fez no Egito uma de suas declarações mais duras sobre reformas democráticas em um país amigo. Ela disse ter conversado abertamente com seu colega sobre "as frustrações e reveses" no Egito, citando especificamente a detenção do líder oposicionista Ayman Nour, com quem ela se encontrou em viagem anterior.