Manifestantes egípcios se envolveram em tumultos com a polícia em frente ao tribunal onde o julgamento do ex-presidente Hosni Mubarak foi retomado nesta segunda-feira, no dia em que autoridades policiais iam prestar o primeiro depoimento.
Mubarak, internado desde abril com problemas cardíacos e outras doenças, foi levado de maca para a jaula dos réus no tribunal, na Academia de Polícia do Cairo.
O juiz Ahmet Refaat proibiu a cobertura ao vivo do processo depois das primeiras duas sessões, em que os entusiasmados egípcios assistiram ao ex-líder, de 83 anos, sendo julgado atrás das grades.
Os advogados aplaudiram a decisão do juiz, dizendo que impediria que testemunhas fossem influenciadas por outras testemunhas ou pelo público.
Mubarak é o primeiro líder árabe a ser julgado desde a onda de insurgências populares que irromperam no Oriente Médio neste ano.
Simpatizantes seguravam cartazes de Mubarak, gritando: "Ele nos deu 30 anos de proteção, Mubarak mantenha sua cabeça erguida."
Nas proximidades, manifestantes anti-Mubarak atiraram pedras contra a polícia e alguns oficiais revidaram com mais pedras. Em certo momento, policiais com escudos e cassetete avançaram contra um grupo de manifestantes.
"Ele precisa ser enforcado. Não queremos mais atrasos na sessão de julgamento", disse Mohamed Essam, que viajou da cidade de Kafr el-Sheikh, no delta do Nilo, para o Cairo.
Brigas entre simpatizantes e opositores de Mubarak e a polícia também ocorreram nas duas audiências anteriores.
"Esperamos ouvir o depoimento de quatro testemunhas que a acusação pediu para provar as acusações contra Mubarak e os outros'", disse Gamal Eid, um advogado que representa 16 dos 850 mortos na insurgência contra o ex-líder.
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