A primeira eleição no Egito após a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro, entrou em seu segundo dia nesta terça-feira, em meio ao otimismo por causa do alto comparecimento e do início organizado da complexa transição do país para a democracia.
"O nascimento de um novo Egito", declarou o jornal estatal Al-Akhbar na terça-feira, comemorando o "alto comparecimento, o voto livre e a atmosfera segura" no dia anterior.
"O povo passou o teste da democracia", afirmou o jornal independente Al-Shorouk nesta terça-feira. "No caminho para a democracia", afirmou o diário em língua inglesa Egyptian Mail.
Egípcios no Cairo e na cidade portuária de Alexandria fizeram longas filas na segunda-feira para votar por um novo Parlamento. Na terça-feira, as urnas foram novamente abertas, mas o volume de eleitores era bem menor, após o grande comparecimento no dia anterior.
O grupo islâmico moderado Irmandade Muçulmana, antes proibido, deve tornar-se a principal força política no país. Os resultados eleitorais serão divulgados em 13 de janeiro.
Na semana passada, grandes protestos exigiam que os militares saiam logo do poder para dar espaço a uma transição democrática. Quarenta e duas pessoas morreram em confrontos com as forças de segurança e mais de 3 mil se feriram. Manifestantes seguem na Praça Tahrir, no Cairo, pedindo a queda do marechal Hussein Tantawi e de seus colegas generais.
As únicas reclamações de ativistas na segunda-feira eram sobre problemas administrativos, que retardaram a abertura de alguns centros, além de violações menores à lei eleitoral, pois ocorreu campanha em algumas seções.
A segunda-feira "pode muito bem ser vista como um passo positivo na transição egípcia", escreveu o comentarista político Issandr El-Amrani. Ele criticou, porém a organização "incompetente" do processo, o que poderia gerar frustração e violência, bem como a incerteza sobre o papel do Exército no processo de transição.
A eleição para a Câmara dos Deputados ocorre em três estágios, em diferentes áreas do país. Cada estágio é seguido por um segundo turno, uma semana depois. Após a divulgação dos resultados em 13 de janeiro, haverá processo similar para a escolha da Câmara Alta. As informações são da Dow Jones.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura