O Estado Islâmico (EI, ISIS ou Daesh) executou pelo menos 91 pessoas no período de 30 dias, entre 29 de julho e 29 de agosto, em várias províncias da Síria, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) no domingo. Segundo a organização que monitora o conflito no país, um terço das vítimas era de civis acusados de crimes como bruxaria, homossexualidade e colaboração com a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que tenta combater o grupo extremista.
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Leia a matéria completaO relatório da OSDH aponta que 32 das vítimas eram civis, incluindo duas mulheres, 39 combatentes, 11 rebeldes e pelo menos nove soldados do regime sírio. Todos foram mortos por supostamente “ofender a Deus, colaborar com organizações estrangeiras e serviços secretos, que praticam a feitiçaria, ou ajudarem a coalizão (internacional) de cruzados, ou que trabalham para o regime(sírio)”. Alguns também foram acusados ââde indecência, sodomia, adultério, ou de pertencer às forças governamentais ou milícias sírias.
Essas 91 vítimas aumentam para 3.156 o número de pessoas executadas pelos jihadistas nas regiões da Síria que estão sob o controle dos jihadistas. Um total de 1.841 deles eram civis, incluindo 75 menores de 18 anos e 95 mulheres. Dependendo do tipo de crime pelo qual foram acusados, eles tiveram suas gargantas cortadas, baleados, decapitado, jogados de edifícios ou queimados vivos.
Além deles, 930 membros do grupo sunita al-Sheitaat, na província oriental de Deir ez-Zor, e 223 cidadãos curdos foram mortos com armas de fogo e facas na cidade de Kobani, muito disputada pelos extremistas do EI.
Os jihadistas controlam grandes áreas do Iraque e da Síria desde junho de 2014, quando declararam um califado nos territórios conquistados nos dois países. Desde então, o EI realizou sequestros, violações, decapitações e destruições de patrimônios históricos, inclusive sendo acusado pela ONU de crimes contra a humanidade.
Em setembro do mesmo ano, o grupo começou a ser combatido por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos através de ataques aéreos que permitiram às forças curdas expulsar os jihadistas de algumas regiões, mas sem neutralizá-los.