O primeiro dia de conversações com o objetivo de persuadir o Irã a enviar a maior parte de seu urânio enriquecido para o exterior terminou sem resultados, mas diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Monhamed ElBaradei, afirmou, após o fim da sessão que as negociações "começaram bem".
El Baradei parecida cautelosamente otimista após o primeiro dia de conversações e afirmou que a maioria das questões técnicas haviam sido discutidas e que as partes irão se reunir novamente na manhã de terça-feira. "Nós tivemos uma reunião bastante construtiva nesta tarde", disse El Baradei. "Nós tivemos um bom início".
As delegações falaram pouco após deixarem o encontro. O chefe da delegação iraniana, Ali Asghar Soltanieh, declarou apenas que endossava os comentários de El Baradei.
Antes do encontro, a televisão estatal iraniana citou funcionários não identificados do governo dizendo que a República Islâmica pretende manter o enriquecimento de urânio e comprar o que precisar para o reator do exterior.
Uma fonte disse que o Irã considerava os Estados Unidos, a Rússia ou a França como fornecedores, uma posição que deve prejudicar as conversações, já que Estados Unidos e França querem um compromisso do Irã para o envio de seu material para o exterior para novo enriquecimento.
A recusa do Irã em abrir mão desses estoques também pode atrapalhar a possibilidade de uma segunda rodada de negociações entre Teerã e o sexteto, grupo formado Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha.
As conversações desta segunda-feira tiveram como objetivo implementar o que representantes ocidentais afirmam que foi combinado durante as negociações em Genebra, ou seja, permitir que um país estrangeiro - muito provavelmente a Rússia - transforme a maior parte do urânio de baixo enriquecimento iraniano em combustível com maior enriquecimento para o reator iraniano.
Isso significaria o transporte de mais de 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento, o que representa 75% do estoque declarado do Irã. A sugestão é que o urânio seja enriquecido na Rússia e então convertido, na França, em barras de combustível nuclear para o reator iraniano.
O temor dos países do sexteto se baseia no fato de que 1.000 quilos de urânio de baixo enriquecimento é a quantidade mínima comumente considerara para a produção de urânio para armas nucleares, com níveis de enriquecimento acima de 90%.
Tendo como base o atual estoque iraniano, os Estados Unidos acreditam que Teerã poderia produzir uma arma nuclear entre 2010 e 2015, uma estimativa que está de acordo com a feita por Israel e outros países que acompanha o programa nuclear iraniano.
Se a maioria do estoque declarado do Irã for retirado do país, enriquecido no exterior e então transformado em combustível para o reator iraniano, qualquer esforço para fabricar armas nucleares seria adiado até que o Irã novamente tivesse material suficiente para processar e fabricar esse tipo de armamento.
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