A comissão eleitoral da Venezuela anunciou neste sábado (9) que vai realizar as eleições presidenciais em 14 de abril. O presidente em exercício Nicolás Maduro vai enfrentar o candidato da oposição Henrique Caprilles.
Diversos membros da oposição e da comissão eleitoral já apostavam na data, embora alguns membros no governo defendessem que a eleição fosse realizada no simbólico dia 13, data em que, em 2002, Chávez retornou ao poder após um fracassado golpe de estado.
Maduro, um ex-líder sindical que serviu como ministro das Relações Exteriores e vice-presidente sob o comando de Chávez, prometeu manter a revolução viva. Ele deve enfrentar a oposição Henrique Capriles, o governador do estado de Miranda estado que perdeu para Chávez em uma votação em outubro passado. As pesquisas de opinião têm mostrado Maduro como o provável vencedor, mas os adversários de Chávez querem a chance de acabar com o "chavismo" na cabine de votação.
"Queremos novas eleições agora. Queremos mudança. Estamos cansados da era Chávez. Foram 14 anos", disse Yesenia Herrera, cozinheiro em um restaurante chinês em um bairro nobre de Caracas.
Maduro foi empossado como presidente interino no Congresso na sexta-feira e recebeu a faixa vermelha, amarela e azul presidencial. "Eu perguntei (à autoridade eleitoral) para cumprir com as obrigações legais e constitucionais e imediatamente convocar eleições", disse Maduro.
O Supremo Tribunal Federal decidiu que Maduro não precisa renunciar ao cargo para fazer campanha, mas a iniciativa foi denunciada por adversários como uma violação da Constituição e uma "fraude".
Baseando-se em suas origens humildes e no discurso antiimperialista, Maduro deixou claro em seu primeiro discurso como presidente em exercício que manterá a linha radical que caracterizou suas mais de duas décadas de carreira política, e que defenderá a todo o projeto socialista que herdou de Chávez.
"As elites imperialistas que governam os Estados Unidos terão de aprender a viver com respeito absoluto aos povos da América do Sul, morena, latina e caribenha, que decidimos ser livres e ninguém vai tirar essa independência recuperada com o nosso comandante Hugo Chávez", disse Maduro.
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