Três dias depois de virar a nova estrela política dos EUA, Joe, o Encanador, quer voltar à sua velha vida, mas só depois que acabar mais uma rodada de entrevistas.
"Sou só um encanador. Só quero tocar minha vida e fazer meu trabalho", disse Joe Wurzelbacher nesta sexta-feira (17) diante da sua modesta casa no meio dos EUA. "Eu preferia fazer isso sem que tivesse gente acampada na minha porta."
A privacidade de Wurzelbacher é mais uma baixa provocada pela política moderna. O encanador de 34 anos virou celebridade nacional na quarta-feira à noite, quando foi alçado pelos candidatos Barack Obama e John McCain a símbolo do cidadão comum.
Dias antes, Wurzelbacher havia questionado Obama sobre a possibilidade de ter de pagar mais impostos caso abrisse uma micro- empresa. Logo no começo do terceiro e último debate da atual campanha presidencial, o republicano McCain citou Joe para dizer que ele seria afetado pelo plano tributário do seu rival democrata. Ao longo do encontro, McCain e Obama citariam Joe mais de 20 vezes.
Horas depois, o circo da mídia baixava na até então tranqüila rua de subúrbio onde Joe vive, na cidade de Toledo.
Os jornalistas rapidamente descobriram que Wurzelbacher não tinha licença de encanador, havia sonegado impostos e na verdade se chama Sam, não Joe. O encanador não sabe como consertar essa situação.
"Está duro ter a mídia em cima aparecendo com coisas que não são verdade. Tenho uma família a zelar, um filho de 13 anos, é duro fazê- los ver tantas coisas negativas a meu respeito."
Esse pai solteiro acha maluco todo o frenesi criado em torno de si. "Há questões maiores para se preocuparem do que eu. Quem ganhar esta eleição terá de lidar com coisas como gente perdendo empregos, saúde e imigração. Não deveriam falar de mim, deveriam falar deles."
Embora a mídia tenha descoberto tantos segredos, não conseguiu arrancar o mais importante. "Ninguém sabe em quem eu vou votar", disse ele, embora já tenha feito comentários positivos sobre o desempenho de McCain no debate.
McCain pediu desculpas por ter submetido Wurzelbacher a tamanho assédio, mas o encanador está disposto a agüentar por mais alguns dias. Enquanto as câmeras continuavam voltadas para a sua casa, na sexta-feira de manhã, ele embarcava para Nova York, onde daria mais algumas entrevistas.
O bairro dele atrai também "turistas políticos" que vêem no encanador um norte-americano comum às voltas com Washington. Quando ele estava saindo, um casal jovem passou numa picape e reduziu a velocidade para gritar uma palavra de incentivo: "Bom trabalho, Joe. Tem mesmo que resistir pela América".
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas