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Eleições nos EUA

McCain e Obama entram em reta final da campanha após debate

Último debate consolidou vantagem de Obama sobre McCain: promessa de trabalho árduo nos 19 dias que antecedem pleito | Jim Bourg / Reuters
Último debate consolidou vantagem de Obama sobre McCain: promessa de trabalho árduo nos 19 dias que antecedem pleito (Foto: Jim Bourg / Reuters)

Os candidatos à Presidência dos Estados Unidos, o republicano John McCain e o democrata Barack Obama, entram nesta quinta-feira (16) na reta final antes das eleições, que serão realizadas daqui a 19 dias, após o intenso debate final do dia anterior. Segundo pesquisas, o encontro entre os dois consolidou a vantagem de Obama. O candidato democrata, após tomar café da manhã em um evento de arrecadação de verbas em Nova York, na manhã desta quinta-feira, estava otimista e agora se prepara para fazer campanha em dois estados onde os republicanos tradicionalmente são mais fortes, Virginia e Missouri.

"Nós estamos a 19 dias. Estamos a 19 dias não do final, mas do início. A quantidade de trabalho que espera o próximo presidente será extraordinária", disse nesta quinta-feira Obama.

Mais tarde nesta quinta, em New Hampshire, Obama voltou a ligar McCain ao impopular presidente George W. Bush. "Em três debates e em mais de vinte meses de campanha, John McCain não explicou uma só coisa que ele faria de maneira diferente de Bush, quando o que está em jogo são as importantes questões na economia que nós enfrentamos agora", disse Obama.

Enquanto isso, seu rival republicano McCain, que planejava visitas a estados onde a intenção de voto ainda parece indefinida, terá que defender estados dos republicanos onde Obama ameaça tirar votos, como a Virginia e o Colorado.

McCain deverá comparecer na noite desta quinta-feira ao talk-show do apresentador David Letterman, o "Late Show". O candidato republicano irritou Letterman, ao cancelar uma participação no talk-show em 24 de setembro.

McCain esteve nesta quinta na Pensilvânia, onde declarou que o verdadeiro vencedor do debate foi "Joe, o encanador", um pequeno empresário de Ohio.

Debate

No último debate, na noite desta quarta, McCain atacou agressivamente as idéias e metas políticas de Obama, na tentativa de recuperar sua campanha enfraquecida. Mas pesquisas instantâneas realizadas por redes de televisão indicam que os eleitores reprovaram o ataque negativo de McCain, e declararam o democrata como vencedor do último debate antes das eleições de 4 de novembro.

McCain, em desvantagem de 14 pontos em uma das pesquisas, enquanto os Estados Unidos atravessam a pior crise financeira em décadas, criticou os laços de Obama com o radical dos anos 1960 William Ayers, e afirmou que seus planos para os impostos não passam de uma "guerra de classes".

Mantendo a compostura, Obama acusou McCain de tentar distrair os eleitores em um dia em que o índice Dow Jones registrou a segunda maior queda em pontos graças a temores de uma recessão econômica nos EUA.

McCain, de 72 anos, respondeu que não se importa "com um velho terrorista abatido" como Ayers, que já foi militante do grupo Weather Underground e agora é professor em Chicago.

"Mas como a senadora Hillary Clinton afirmou em seus debates com você, precisamos saber toda a extensão desse relacionamento", disse ele à Obama no debate realizado na Universidade Hofstra, em Nova York.

McCain também atacou o grupo liberal ACORN, acusado em vários Estados de acrescentar nomes fraudulentos a listas de votação pró-Obama, e repreendeu o democrata por relacioná-lo persistentemente ao presidente George W. Bush.

"Senador Obama, não sou o presidente Bush. Se você queria concorrer com ele, devia ter concorrido à presidência quatro anos atrás", disse McCain, destacando seu histórico de críticas à linha republicana, em contraste com a inexperiência de Obama.

Obama, de 47 anos, acusou McCain de distorcer a verdade sobre Ayers e o ACORN de forma selvagem, e afirmou que os eleitores desaprovam o tom "100% negativo" de sua campanha em um período de intensa ansiedade sobre a economia.

Obama disse que poderia ser perdoado por confundir as políticas de McCain com as de Bush "porque no que diz respeito a questões fundamentais da economia que interessam ao povo americano...você tem sido um grande apoiador do presidente Bush".

"Não me importo em ser atacado pelas próximas três semanas. O que o povo americano não pode agüentar são mais quatro anos de políticas econômicas fracassadas, e o que o povo merece nas próximas quatro semanas é que discutamos sobre o que mais o preocupa: a crise econômica", disse o democrata no debate que também abordou questões como aborto, energia, saúde e educação.

Os dois candidatos mencionaram "Joe, o Encanador", o residente de Toledo, Ohio, chamado Joe Wurzelbacher, que alcançou fama imediata ao indagar Obama no domingo, durante um ato de campanha, e expressar preocupação de que seu plano para os impostos pudesse lhe prejudicar.

"Joe quer comprar o negócio em que atua há vários anos", disse McCain. "Ele trabalhou dez, 12 horas por dia, e ele queria comprar seu negócio, mas olhou para seu plano para os impostos e viu que teria que pagar impostos muito mais altos."

Obama rebateu, contando sua versão da conversa que teve com Joe. "O que eu disse para ele essencialmente foi que cinco anos atrás, quando ele estava na posição de comprar seu negócio, ele precisava de um corte nos impostos. E o que eu quero é garantir que o encanador, a enfermeira, o bombeiro, o professor, o jovem empreendedor que ainda não têm dinheiro, tenham uma isenção nos impostos agora."

O conselheiro de McCain Steve Schmidt insistiu que o republicano triunfou no debate final. "O senador McCain fez um trabalho muito eficiente e venceu o debate sobre economia hoje à noite", disse ele.

Pesquisas

Mas pesquisas realizadas após o debate mostram uma situação diferente. Pesquisa da CNN mostrou que 58% dos consultados afirmaram que Obama venceu, contra 31% dos que apontaram McCain. Cerca de 70% disseram que o democrata foi mais agradável. Pesquisa da CBS mostrou vitória de Obama de 53% contra 22%.

"McCain pareceu francamente desesperado, ele pareceu bravo. Francamente, não pareceu presidencial", criticou a governadora de Michigan, a democrata Jennifer Granholm.

Uma pesquisa do jornal New York Times e da CBS News divulgada na noite desta terça-feira mostrou Obama com grande vantagem de 14 pontos à frente de McCain - 53% contra 39%.

Pesquisas CNN/Time mostra Obama com vantagem de 5 pontos entre os eleitores registrados em Colorado, de 8 pontos na Flórida, 3 pontos no Missouri e 10 pontos em Virgínia. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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