O governista Partido Democrático do Japão deu a largada oficial na corrida para eleger o próximo primeiro-ministro do país neste sábado (27), sem um franco favorito entre os cinco candidatos no páreo no momento em que a nação luta contra uma série de tribulações econômicas e energéticas.

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A disputa para eleger o sexto líder japonês em cinco anos toma os contornos de uma batalha entre aliados e críticos de Ichiro Ozawa, de 69 anos, todo-poderoso do partido e grande articulador político que ainda exerce influência, apesar de enfrentar um julgamento sob acusações de fraudar o relatório de doações políticas.

O sucessor do premiê Naoto Kan, que renunciou na sexta-feira (26) da liderança do Partido Democrático do Japão (DPJ na sigla em inglês) após meses de críticas por sua reação ao tsunami e à crise nuclear desencadeada em março, enfrentará uma montanha de desafios.

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O próximo líder deve lidar com um iene fortalecido que ameaça as exportações, reconstruir as áreas afetadas pelo desastre, forjar uma nova política energética enquanto encerra a pior crise nuclear desde Chernobyl e encontrar fundos para arcar com o crescente gasto social de uma população envelhecida, ao mesmo tempo em que coloca rédeas na dívida pública, que já é o dobro de sua economia de 5 trilhões de dólares.

A impressão de que lutas por poder, e não políticas, dominam a corrida ameaça reduzir ainda mais o apoio aos Democratas, que subiram ao poder em 2009 prometendo mudanças. Sua aprovação despencou por conta das intrigas políticas, indecisão e acusações de uma reação atrapalhada aos desastres.

Cinco legisladores, incluindo o conservador ministro das Finanças, Yoshihiko Noda, o ministro do Comércio, Banri Kaieda, e o ex-ministro das Relações Exteriores Seiji Maehara se registraram neste sábado para concorrer à votação do partido em 29 de agosto. O vencedor se tornará primeiro-ministro graças à maioria do DPJ na câmara baixa do parlamento.

Em um debate neste sábado, todos os cinco descartaram aumentos imediatos de impostos para financiar a reconstrução por medo de interferir com uma recuperação frágil da economia, mas Noda deixou a porta aberta para futuros aumentos.

Todos concordaram que a aliança de décadas entre Japão e Estados Unidos é o pilar da diplomacia japonesa, ao mesmo tempo em que exortaram melhores laços com a Ásia, mas Noda alertou sobre uma China em ascendência.

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Se nenhum candidato conquistar uma maioria na primeira votação, os dois mais votados disputarão um segundo turno. A mídia diz que tanto Maehara quanto Kaieda já articulam para obter o apoio de outros candidatos se isso acontecer.