Manifestantes reclamam de farsa eleitoral em Paris| Foto: KENZO TRIBOUILLARD/AFP

Os candidatos presidenciais da França estão respeitando uma trégua de um dia neste sábado na véspera do primeiro turno, que deve levar o presidente Nicolas Sarkozy e o socialista François Hollande para o segundo turno.

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As pesquisas finais antes da proibição da mídia de veicular as campanhas, à meia-noite de sexta-feira, mostraram que Hollande está um pouco à frente do rival conservador no primeiro turno, mas tem uma folga para vencer o segundo turno em 6 de maio.

A votação começou neste sábado nos territórios ultramarinos franceses, incluindo as ilhas do norte do Atlântico de Saint Pierre e Miquelon, na costa do Canadá.

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Muitos dos 44,5 milhões de eleitores registrados reclamaram da campanha sem brilho, e a possibilidade de uma abstenção recorde está pairando sobre a eleição deste domingo, no território francês.

Nas ruas de Paris, eleitores decepcionados disseram que os principais candidatos ignoraram os desafios que o país enfrenta, incluindo o desemprego em seu nível mais alto em 12 anos e as perspectivas econômicas ruins.

"A campanha não foi séria o suficiente. Os assuntos importantes não foram debatidos", afirmou Frederic Le Fevre, um empresário. "Eles se concentraram em argumentos infantis, culpando um ao outro."

Os candidatos argumentaram por semanas sobre carne e o custo da carteira de habilitação. Até os líderes nas pesquisas tentaram ganhar votos com propostas simbólicas. Hollande, por exemplo, quer tirar a palavra "raça" da Constituição. Sarkozy, por sua vez, quer adiantar o pagamento de pensões mensais em oito dias.

Uma pesquisa da Ifop no começo de abril sugeriu que 32 por cento dos eleitores registrados podem não votar no primeiro turno.

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Hollande, ciente de 2002, quando o candidato de extrema-direita Jean-Marie Le Pen venceu o socialista Lionel Jospin no primeiro turno devido a uma grande taxa de abstenção, alertou seus partidários sobre o assunto em um comício na sexta-feira.

"Só no dia 6 de maio teremos um presidente, mas 22 de abril decidirá a dinâmica de um jeito ou de outro", afirmou.

Após ficar atrás de Hollande por meses, Sarkozy passou à frente em pesquisas de intenção de voto por algumas semanas, ajudado pela sua resposta rápida a um massacre feito por um homem inspirado na Al Qaeda, que atirou e matou sete pessoas no sudoeste da França no último mês.

Ele perdeu a liderança na semana passada antes da eleição, e pesquisas na sexta-feira mostraram Hollande na frente no primeiro turno, com 28 por cento dos votos, contra 27. A vantagem dele no segundo turno é de 55 a 45 por cento.

Pode ser a primeira vez na Quinta República Francesa, fundada em 1958, que um presidente não finaliza na frente no primeiro turno.

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