Nas urnas: Os bolivianos votaram ontem para presidente, senador, deputado e, pela primeira vez na história, para governador dos nove departamentos (estados). No caso do cargo presidencial, caso nenhum candidato obtenha mais da metade dos votos, a escolha caberá ao Congresso, que deve optar entre os dois mais votados. O novo presidente toma posse em 22 de janeiro para um mandato de cinco anos, sem direito à reeleição.
Principais conflitos: nos últimos dois anos, a instabilidade derrubou dois presidentes bolivianos. Dois terços dos 8,8 milhões de bolivianos vivem abaixo da linha da pobreza. A miséria, um Cogresso dividido, a polarização entre o altiplano e a planície, disputas sobre o gás e o plantio da coca são os desafios do próximo governo.
Economia local: a instabilidade tem afastado o capital estrangeiro-os investimentos caíram de US$ 1 bilhão US$ 160 milhões entre 1999 e 2003. O desemprego é de 8,5%, mas o mercado informal representa 68% da economia. Os investimentos praticamente dependem de capital estrangeiro. A falta de oportunidades leva milhares a deixar o país muitos escolheram São Paulo.
Interesses brasileiros: o Brasil é o maior parceiro econômico da Bolívia e o maior comprador de gás natural. Com outras empresas, a Petrobrás Bolívia investiu US$ 1,6 bilhão no país. Os brasileiros são responsáveis por 40% da soja plantada. Outro fator de preocupação é que o Brasil tem sido o destino final da cocaína boliviana.