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O governo do Egito libertou 34 presos políticos, informou a agência de notícias estatal do país nesta terça-feira (8). São os primeiros libertados desde que o presidente Hosni Mubarak começou a prometeu reformas para tentar controlar o levante popular que já dura 15 dias.
"O ministro do Interior Mahmoud Wagdy emitiu uma ordem nesta terça-feira de libertação de 34 detentos políticos considerados como estando entre os elementos extremistas, depois de avaliar as posições deles", disse a agência oficial Mena. A agência disse que os presos se entregaram às autoridades depois de fugir da prisão durante vários dias de tumulto no mês passado.
Mas milhares de manifestantes mantinham a pressão sobre o regime e continuavam os protestos na Praça Tahrir, no centro Cairo, e em várias outras cidades do país, exigindo a renúncia imediata de Mubarak.
Dois dias após o início formal da negociação com os vários grupos da oposição egípcia, o governo fez várias concessões aos manifestantes, mas elas foram recebidas com ceticismo e consideradas insuficientes pelos oposicionistas.Reformas constitucionais
O presidente Mubarak criou uma comissão para reformar a Constituição, anunciou na terça o vice-presidente Omar Suleiman, nome escolhido para intermediar as negociações.
A criação havia sido acertada durante reunião entre governo e oposição dois dias antes.
Suleiman também afirmou que o Egito tem um plano e um cronograma para a transferência pacífica de poder. Ele reiterou que o governo não perseguirá manifestantes que pediram a queda do presidente.
"O presidente recebeu bem o consenso nacional, confirmando que estamos colocando nossos pés no caminho certo para sairmos da crise atual", disse o vice na TV estatal após encontro com Mubarak.
Na segunda, o governo havia anunciado um aumento de 15% nos salários do funcionalismo e nas aposentadorias. O novo gabinete ministerial - em sua primeira reunião completa - prometeu investigar casos de fraude eleitoral e corrupção no serviço público.
O ministro das Finanças, Samir Radwan, disse que os aumentos vão custar US$ 960 milhões e vão valer a partir de abril, para mais de 6 milhões de pessoas.
No passado, o funcionalismo público foi um dos pilares de sustentação do regime, mas ele ficou minado por conta das recentes crises financeiras.
O governo e as forças armadas tentavam fazer o país, o mais populoso do mundo árabe, a voltar ao trabalho.
Os bancos reabriram no domingo, e a Bolsa de Valores deve reabrir no próximo dia 13.
O toque de recolher, que vigora desde 28 de janeiro, foi encurtado em uma hora nesta segunda, e agora vale de 20h às 6h.
A Irmandade Muçulmana, importante força de oposição e um dos grupos que se reuniu com autoridades governantes no final de semana, anunciou que as reformas propostas por Mubarak são "insuficientes". "As demandas são ainda as mesmas. O governo não respondeu à maioria deles, apenas a algumas e de forma superficial", disse Essam al-Aryane, um dirigente da Irmandade.
Com alguns egípcios ansiosos por um retorno à normalidade, o governo alertou sobre os danos à estabilidade econômica e à economia que vão decorrer do prolongamento dos protestos, que abalaram o Oriente Médio e abriram um novo capítulo na história moderna do Egito.
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