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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que os resultados dos esforços de socorro às áreas afetadas pelo furacão Katrina ainda "não são aceitáveis". As palavras de Bush vieram depois da veiculação de uma entrevista em que o prefeito de Nova Orleans referiu-se com extrema frustração e até palavrões à lentidão na chegada de ajuda e tropas - e antes de o presidente iniciar uma visita às áreas afetadas. O governo federal está sob crescente pressão e críticas pela lentidão na resposta ao desastre. Somente nesta sexta-feira à tarde, cinco dias após a passagem do furacão, chegou o primeiro contingente de reforço da Guarda Nacional, com tropas, água e comida.

- Movam o traseiro! Isso é um desastre nacional - esbrevejou o prefeito Ray Nagin, falando a uma emissora de rádio e acusando o governo federal de não ter idéia da proporção do desastre. - Eu continuo ouvindo que estão vindo, estão vindo. Minha resposta para isso é: Onde * está a carne? Por que * não há carne nessa cidade? Eles estão dando às pessoas esperanças falsas, estão enrolando e as pessoas estão morrendo.

O prefeito, que na quinta-feira emitira um "SOS desesperado", suspendeu todas as entrevistas coletivas "até que os recursos cheguem". Ele disse que precisa de tropas para segurança e 500 ônibus para tirar as pessoas da cidade.

- Eles * querem me dizer que, num lugar onde provavelmente há milhares de pessoas mortas e outros milhares morrendo a cada dia, não podem encontrar uma forma de autorizar os meios que necessitamos? Vamos!

Apesar de relatar que milhões de toneladas de comida e água já foram encaminhados, Bush reconheceu que as ações ainda não são suficientes.

- Muitas pessoas estão trabalhando duro para ajudar os afetados, e quero ajudar a essas pessoas pelo esforço delas - disse Bush. - Os resultados não são aceitáveis.

Mais tarde, ele disse que se referia especificamente à região de Nova Orleans, onde a situação é mais crítica. Bush fez o pronunciamento na Casa Branca, momentos antes de embarcar no Air Force One, o avião presidencial americano, para viajar às áreas afetadas.

SOBREVÔO - No fim da manhã, Bush chegou à região afetada, com promessas de socorro e reconstrução. Ele fez um pronunciamento em Mobile, Alabama, ao lado de autoridades locais, contendo-se para não chorar.

- Vamos restaurar a ordem na cidade de Nova Orleans. Vamos restaurar a ordem em locais do Mississippi - disse Bush. - Nossa missão primária é levar comida às pessoas. Primeiro vamos salvar vidas. Agora é hora de amar o próximo como a si mesmo.

Ele voltou a reconhecer que o socorro não está acontecendo no ritmo que deveria.

- Se há problemas, vamos resolver. Vim aqui para assegurar as pessoas disso.

Ao descrever o que viu ao sobrevoar parte da área, ainda a bordo do Air Force One, Bush disse:

- É como se toda a Costa do Golfo tivesse sido varrida pelo pior tipo de arma que vocês podem imaginar.

Bush, que em seguida sobrevoaria de helicótero as zonas mais castigadas, prometeu que a ajuda financeira a caminho é grande e disse ter certeza do sucesso da reconstrução.

- Vai vir uma fantástica Costa do Golfo desta destruição. De Nova Orleans virá uma grande cidade novamente. Mas, agora, estamos nos dias mais sombrios.

Ao fim do pronunciamento, porém, as pressões não arrefeceram. Numa rara crítica aberta ao presidente Bush, a CNN disse que o que se viu foram muitos agradecimentos, e pouca ação.

- Pareceu que ele perdeu tempo aparecendo para as câmeras, dando brieffing que poderia ter dado na Casa Branca ou em outro lugar, em vez de andar pelas áreas atingidas - afirmou a apresentadora.

Em Washington, um grupo de congressistas negros convocou a imprensa para pedir ajuda da população e expressar profundo desagrado com a reação do governo federal.

- Estou envergonhada desse governo - disse a congressista ConCarolyn Cheeks Kilpatrick. - Estou ultrajada pela reação do governo.

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