A Coreia do Sul e a Coreia do Norte estenderam em um dia o diálogo bilateral, na primeira conversa entre as duas nações desde que Pyongyang realizou disparos em uma ilha sul-coreana, em novembro, matando quatro pessoas. Militares dos dois lados se encontraram hoje na cidade fronteiriça de Panmunjom para preparar um encontro militar de alto nível, em uma data ainda a ser marcada. Porém desacordos sobre a agenda impediram que tudo fosse fechado.
O ataque de 23 de novembro na ilha Yeonpyeong, perto do disputado Mar Amarelo, matou dois militares e dois civis sul-coreanos. O governo de Seul reagiu e houve o temor de uma guerra entre os dois lados. Os sul-coreanos acusam Pyongyang de torpedear um navio militar perto da fronteira marítima, em março passado, em um incidente que matou 46 marinheiros. Pyongyang nega envolvimento no naufrágio.
A equipe de Seul insiste que é preciso discutir os dois ataques, disse um porta-voz do Ministério da Defesa. Os sul-coreanos esperam um pedido de desculpas de Pyongyang e punição para os responsáveis. As duas delegações concordaram em se encontrar novamente amanhã, disse o porta-voz. Seul diz que essas reuniões são um teste para se saber se há sinceridade no vizinho. Após ameaçar uma guerra nuclear na península, Pyongyang mudou de postura em janeiro e lançou vários apelos por diálogo.
A mudança ocorre no momento em que a China, o mais importante aliado da Coreia do Norte, pressiona pela retomada do diálogo internacional pelo desarmamento norte-coreano. Pyongyang abandonou as conversas em abril de 2009, mas nos últimos meses demonstrou interesse em retornar a elas, sob certas condições. Os EUA, que participavam do diálogo sobre o programa nuclear norte-coreano, disseram que primeiro Pyongyang precisa melhorar seus laços com o vizinho, para então o diálogo ser retomado. As informações são da Dow Jones.