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Visita à África

Em Moçambique, Lula defende mudanças no Bird e FMI

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje, mais uma vez, mudanças no comportamento do Banco Mundial (Bird) e do FMI. "É preciso que o Banco Mundial e o FMI abandonem de uma vez por todas seus dogmas obsoletos com condicionalidades absurdas, que ameaçam o desenvolvimento da América Latina e da África e que passem a contribuir para a redução do desequilíbrio entre ricos e pobres e para um desenvolvimento global", disse Lula, durante discurso em solenidade em Moçambique, ao se lembrar que nesta quarta-feira está embarcando para Seul para a reunião do G-20.

Lula prosseguiu dizendo que "é preciso que a economia dos países ricos recobrem seu crescimento". De acordo com Lula, a experiência de décadas passadas vivida, inclusive pelo Brasil, "demonstram que ajustes excessivos acarretam recessões, desemprego e mais desequilíbrio social". "A instabilidade cambial e a desvalorização das moedas só alimentam um círculo vicioso da ação unilateral e estimula o protecionismo em todo o mundo".

Para Lula, é fundamental que os mecanismos de governança econômica global garantam a retomada do crescimento econômico mundial forte e sustentável. "Esta é a mensagem que o Brasil levará a Seul", disse.

Durante o discurso de cerca de meia hora, parte dele de improviso, ao lado do presidente de Moçambique, Armando Guebuza, Lula se despediu das 12 visitas que fez à África como presidente e mostrou-se mais uma vez saudosista do governo que deixa em dois meses. "Oito anos não é quase nada para quem está no governo. Eu nem vi passar os oito anos e até me assustei quando me disseram que teriam eleições de tão rápido que passou o meu mandato", disse Lula, justificando que isso certamente acontece "quando as coisas vão bem e quando o presidente é bem avaliado".

Segundo o presidente, "se o governo vai mal, são oito anos de sacrifício, que o presidente não dorme, não come, não fala com a imprensa, não anda na rua e sequer faz comício. O presidente se tranca numa redoma de vidro cheia de assessores".

Lula comemorou o fato de estar terminando o seu mandato "em situação altamente privilegiada". Ele prometeu aos moçambicanos que a presidente eleita Dilma Rousseff vai dar continuidade à política de ajuda aos países africanos e deu um duro recado aos empresários brasileiros que atuam no país africano para que eles "não apenas aproveitem o potencial mineral do país, porque não podem ser empresários predadores".

"Os empresários brasileiros, e o Roger Agnelli (presidente da Vale) disse isso ao Celso Amorim (ministro das Relações Exteriores), eles sabem que não se pode procurar minério na quinta avenida ou petróleo na Torre Eiffel. Tem de vir ao continente africano se quiser discutir produção de alimentos e, se quiser desenvolvimento e exploração de minerais, não apenas explorando para levar, porque sabem, companheiro Roger, que é preciso construir fábricas aqui para gerar empregos aqui, para gerar valor agregado e atender às necessidades desse país", disse Lula, dirigindo-se a Agnelli, que estava presente ao evento.

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