Depois de New Hampshire, primárias serão realizadas na Carolina do Sul| Foto: SPENCER PLATT/AFP

Excesso de pré-candidatos, brigas entre eles, radicais com visibilidade. Os eleitores do estado americano de New Hampshire já são conhecidos pelo comportamento imprevisível e, no atual cenário eleitoral, a fila dos independentes só aumenta.

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No estado, que realiza suas primárias nesta terça-feira (9), a taxa média de pessoas que não querem se comprometer com nenhum partido nas eleições gerais, em novembro, costuma ser de cerca de 40%.

Esses eleitores votam em um pré-candidato nas prévias, mas, caso se inscrevam como “não declarados”, têm liberdade para escolher qualquer nome, de qualquer partido, depois de definidas as candidaturas.

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Ao longo do dia, em uma escola que serviu de ponto de votação na cidade de Londonderry, o movimento nas urnas fluía normalmente. O gargalo estava na fila dos independentes.

Para a desenvolvedora de sistemas Sherryl, 60, que não quis informar o sobrenome, os pré-candidatos com maior visibilidade são os menos qualificados. O cenário aumentou o comparecimento dos eleitores e, proporcionalmente, a lista de independentes, diz. “É preciso ter liberdade para escolher do que depender do candidato nomeado. Não sinto que nenhum dos dois partidos é o supercerto”, afirmou.

Segundo pesquisa das emissoras CNN e WMUR concluída na segunda-feira (8), 47% dos eleitores independentes disseram ter a intenção de votar em um nome democrata, e 46% em um republicano; 7% não sabiam.

A voluntária Sue, que organizava a fila dos independentes, também notou maior número de eleitores não declarados. “Acho que tem mais gente votando neste ano.”

“Surpreendi-me na urna. Tinham vários nomes que nem conhecia”, contou Linda Stebbins, 57. Ela escolheu John Kasich, governador de Ohio, pelo perfil mais moderado. “Gosto da Carly [Fiorina, empresária], mas ela não tinha chances.”

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Stebbins quer a liberdade de escolher em novembro, porque, se o bilionário Donald Trump, que lidera a disputa entre os republicanos, for nomeado, ela se recusará a votar nele. “Trump é assustador. Não tem o temperamento para ser presidente. Eu simplesmente não posso votar nele.”

O estudante Craig, 18, votou pela primeira vez neste ano. O escolhido dele foi o senador Bernie Sanders (Vermont), que lidera a disputa democrata no Estado contra a ex-secretária de Estado Hillary Clinton.

“Sou independente, porque não olho muito para o partido, mas para o candidato”, diz Craig. “Se Bernie não ganhar, não votaria na Hillary e não estou muito focado nos republicanos.”