Quando o Iraque invadiu o Kuweit em 1990, outros países do Golfo correram para abrigar milhares de kuweitianos que deixaram suas casas. Passados 25 anos, os sem-teto da Síria encontraram escasso refúgio nos países mais ricos do mundo árabe.

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Para os críticos de monarquias ricas do Golfo, o contraste é profundamente negativo, especialmente porque vários dos países são apoiadores dos combatentes no conflito da Síria. Deveriam então, argumentam eles, assumir uma responsabilidade especial pelas consequências dos embates.

A dolorosa imagem de um menino sírio-curdo que se afogou em uma praia turca tem alimentado o debate na Europa. O silêncio oficial das dinastias árabes do Golfo vem deixando muitos cidadãos do Golfo inquietos.

Charges da morte do jovem garoto inundaram as mídias sociais árabes, com uma delas representando o cadáver do pequeno Aylan Kurdi à frente de uma cova aberta com figuras inertes vestindo tradicionais mantos e vestes do Golfo Árabe e segurando pás.

Outra mostrava a cabeça do menino de três anos caída em direção a uma lápide com a inscrição “a consciência árabe”.

Sara Hashash, do grupo de direitos humanos Anistia Internacional, chamou o comportamento dos países árabes do Golfo de “totalmente vergonhoso” e criticou o Qatar, Kuweit, Bahrein, Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos por oficialmente não receberem nenhum refugiado.

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A Turquia recebe quase 2 milhões, o minúsculo Líbano mais de um milhão e outros vizinhos pobres recebem centenas de milhares.

Apoiadores dos países do Golfo dizem que os números envolvidos na crise da Síria são muito maiores do que no caso do Kuweit. Eles apontam para o financiamento que os países do Golfo têm dado para ajudar os esforços em países vizinhos da Síria.

Mas a simpatia pelos refugiados da Síria está em ascensão.

“Os países do Golfo muitas vezes se queixam de que a língua árabe é pouco utilizada e que a nossa cultura está sob ameaça devido ao grande número de imigrantes estrangeiros”, disse Sultan Sooud al Qassemi, um comentarista nos Emirados Árabes Unidos.

“Aqui está uma oportunidade para recebermos um grupo de pessoas que podem ajudar a aliviar essas preocupações e estão em necessidade de refúgio, fugindo de uma guerra brutal”, completou.

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