O governo brasileiro confirmou nesta quinta-feira a morte de quatro pessoas de uma mesma família que passavam férias em uma aldeia no Sul do Líbano. Os mortos são Akil Merhei, sua esposa Ahlam Jabir e os filhos Ali Alhida Merhei, de 8 anos, e Fátima Alhida Merhei, de 4. Akil e Ahlam eram libaneses naturalizados brasileiros. Já as crianças nasceram no Brasil. O Ministério das Relações Exteriores e a embaixada de Israel no Brasil, Tzipora Rimon, divulgaram nota de solidariedade aos familiares e lamentaram as mortes. O Itamaraty condenou e chamou de desproporcionais os ataques de Israel.
"O Brasil condena o ataque perpetrado pelas forças de Israel, que constituiu reação desproporcional e levou à perda de vidas inocentes entre a população civil. O Brasil reitera sua oposição a atos de represália que apenas contribuem para deteriorar a delicada situação na região", diz a nota do Itamaraty. Mas a embaixadora defendeu os ataques de Israel como contraofensiva às ações do Hezbollah.
Até a tarde desta quinta-feira, o Consulado-Geral do Brasil em Beirute não havia recebido contato ou pedido de assistência de parentes da família Merhei. Como todos os quatro mortos têm nacionalidade libanesa, o Ministério das Relações Exteriores acredita que o atendimento está sendo prestado por autoridades daquele país - e esta seria a razão de o consulado e a embaixada brasileira não terem sido solicitados.
Em contato direto com Beirute desde que tomou conhecimento do ocorrido, o Itamaraty também não tinha, até a tarde desta quinta-feira, informações sobre a existência de outros brasileiros mortos naquele país, vítimas de ataques israelenses.
De acordo com informações que surgiram ao longo do dia no Ministério das Relações Exteriores, o casal e os filhos estavam em uma casa com mais dez pessoas em Srifa, no Sul do Líbano, quando o local foi atingido pelo ataque. Todos morreram. A tendência era de que os corpos das vítimas não fossem repatriados, sendo enterrados no país árabe.
Na nota divulada no fim do dia, o Itamaraty diz que o governo brasileiro recebeu com profunda consternação a notícia do falecimento de quatro cidadãos brasileiros da mesma família, entre os quais duas crianças. "O Brasil conclama ao diálogo todas as partes envolvidas e apóia os esforços das Nações Unidas em favor de um cessar-fogo, bem como da libertação dos soldados israelenses seqüestrados".
A nota informa que o ministro Celso Amorim instruiu o Cônsul-Geral do Brasil em Beirute a enviar agente consular ao local de falecimento dos cidadãos a fim de obter informações adicionais e prestar todo o apoio necessário. E que a embaixada e o Consulado-Geral do Brasil em Beirute estão igualmente de prontidão para dar assistência aos nacionais brasileiros residentes no Líbano.
"O Governo brasileiro apresenta suas mais sinceras condolências aos familiares das vítimas", diz a nota.
A embaixadora de Israel no Brasil, Tzipora Rimon, divulgou nota oficial lamentando a morte dos brasileiros. Ela lamentou o ataque à população civil não envolvida em ações terroristas, mas classificou a ofensiva de Israel no Líbano como uma resposta aos ataques dos guerrilheiros do Hezbollah.
"Israel precisa responder com a devida severidade a essa agressão", defendeu a embaixadora.
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