O ano de 2013 registrou mais um recorde global na emissão de gás carbônico. Segundo números apresentados por cientistas neste domingo, as emissões subiram para 39,8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono pela queima de carvão, petróleo e gás. Esse número é 2,3% maior que o do ano anterior, e o crescimento foi influenciado principalmente pelos três principais poluidores do mundo: China, EUA e Índia.
Glen Peters, cientista norueguês da equipe internacional do Projeto Carbono Global, que acompanha e calcula as emissões globais todo ano, alertou que o mundo "está na direção errada". Os resultados foram publicados em três artigos nos jornais Nature Geoscience e Nature Climate Change.
Para esse ano, a equipe de cientistas projetou um aumento nas emissões de dióxido de carbono em 2,5%. A estimativa é que essa tendência continuará nos próximos anos, e que em 30 anos essas emissões serão responsáveis por aumentar a temperatura média do mundo em cerca de 1,1 grau. Em 2009, líderes mundiais alertaram que esse nível é perigoso e prometeram não chegar a esse ponto. "O tempo está ficando curto. Quanto mais nós não fazemos nada, mais provavelmente nós iremos atingir essa barreira em 2040 e alguma coisa", alertou Pierre Friedlingstein, um dos principais autores dos estudos.
Na terça-feira, mais de 100 líderes mundiais se reunirão na Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir como reverter essa tendência de aumento nas emissões. Em números absolutos, o crescimento foi de 778 mil toneladas de emissão de dióxido de carbono em 2013. Mais da metade disso, ou 415 mil toneladas, veio da China, onde o crescimento de 2012 para 2013 foi de 4,2%. Os chineses alcançaram uma emissão total de 10,998 milhões.
Nos EUA, onde as emissões de carbono haviam recuado em quatro dos últimos cinco anos, desta vez foi registrado um aumento de 2 9% nas emissões, para 5,769 milhões de toneladas. Na Índia, o crescimento foi maior, de 5,1%, para 2,653 milhões de toneladas.
Um número próximo a 20 países cortaram suas emissões de gás carbônico no ano passado, dos cerca de 200 que fazem parte do levantamento. As principais reduções foram registradas na Europa sendo que a maior queda foi na Espanha.