Pesquisadores de uma empresa dos EUA anunciaram na sexta-feira que conseguiram cultivar células-tronco embrionárias humanas usando um método que não destrói embriões e deve portanto despertar menos polêmica.

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Eles disseram ter desenvolvido várias linhagens de células usando uma única célula retirada de um embrião, que foi então congelado ileso. "Geramos três novas linhagens", disse Robert Lanza, da empresa Advanced Cell Technology (ACT), à Reuters.

"Essas são as primeiras linhagens de células embrionárias humanas que não resultaram da destruição de um embrião", afirmou.

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Lanza resumiu o trabalho em uma reunião da Sociedade Internacional para a Pesquisa de Células-Tronco, nesta semana em Cairns (Austrália), e pretende publicar os resultados em uma revista médica.

A ACT espera que essa abordagem supere as objeções existentes à pesquisa com células-tronco embrionárias. Nesta semana, o presidente dos EUA, George W. Bush, vetou uma lei que amplia as verbas federais para tais pesquisas, por entender que é imoral destruir embriões.

Pesquisadores dizem que essas células, retiradas de embriões com alguns dias de vida, podem promover a regeneração de qualquer tipo de tecido, do sangue e até de órgãos inteiros. Além disso, o estudo dessas células pode dar pistas sobre como re-programar células comuns.

Teoricamente, a retirada de uma célula, como no trabalho de Lanza, é algo semelhante aos exames feitos rotineiramente em embriões em clínicas de fertilização.

O cientista disse que um dos embriões preservados tem um defeito, a trisomia 16, e que portanto não vingaria mesmo que fosse descongelado e implantado num útero. "Esse embriões nunca passam do primeiro trimestre. Se isso não satisfaz [os conservadores], não sei o que vai satisfazer."

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Agora, Lanza espera reunir outros pesquisadores que descobriram fontes alternativas de células-tronco embrionárias para comparar os métodos.

Entre eles estão Anthony Atala, atualmente na Universidade Wake Forest (Carolina do Norte), que descobriu células-tronco embrionárias no líquido amniótico que cerca o feto no ventre.

Ele diz que sua equipe encontrou uma forma de produzir glóbulos vermelhos do sangue a partir de células-tronco embrionárias humanas, talvez oferecendo um caminho para um dia produzir grandes quantidades de sangue humano para transfusões e outros usos. Esse trabalho também ainda não foi publicado.