A companhia sul-coreana que operava a embarcação Sewol, que já soma 105 mortos e 197 desaparecidos desde o seu naufrágio no último dia 16, fechou seu site nesta terça-feira (21) e publicou em seu lugar um comunicado pedindo perdão às vítimas e seus familiares.
"Pedimos perdão às famílias das vítimas", expõe o comunicado da Cheonghaejin Marine, após afirmar que os responsáveis pela embarcação "rezam pelas vítimas do Sewol que perderam suas preciosas vidas no acidente".
A companhia também deseja uma rápida recuperação dos feridos e prometeu "fazer o possível para que se resgate rapidamente" as 197 pessoas que continuam desaparecidas, a maioria jovens de 16 e 17 anos, mesmo que as possibilidades de encontrar sobreviventes estejam praticamente esgotadas.
As operações de resgate continuam e hoje os mergulhadores recuperaram 18 novos corpos do interior da balsa, o que eleva o número de mortos confirmados para 105.
A Cheonghaejin Marine, que será inspecionada minuciosamente na investigação das causas do acidente, se tornou alvo de muitas críticas depois da divulgação que algumas de suas embarcações sofreram avarias e, inclusive, estiveram envolvidas em uma colisão, sem consequências graves, nos últimos meses.
Além disso, foi revelado hoje que as autoridades financeiras da Coreia do Sul começaram a investigar a operadora da balsa por possíveis crimes financeiros, como a transação ilegal de divisas e outras atividades ilegais na aquisição de ativos do exterior.
Ontem, a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, cujo governo recebeu fortes críticas pelo gerenciamento do acidente, prometeu encontrar todas as irregularidades do Sewol e obrigar os responsáveis a assumir responsabilidades "penais e civis", colocando a empresa Cheonghaejin Marine no foco das atenções.
Acredita-se que a balsa, remodelada há dois anos para aumentar sua capacidade, virou após uma manobra brusca que deslocou a carga de seu interior, o que leva a crer que sua estrutura apresentava algum tipo de falha de segurança.
A Cheonghaejin Marine também anunciou durante os últimos dias a suspensão de suas três rotas marítimas, todas elas com base em Incheon, o mesmo porto de onde partiu a balsa Sewol na noite da terça-feira da semana passada com destino à ilha de Jeju.