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A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, disse nesta segunda-feira (21) que os tripulantes do navio Sewol, que naufragou na última quarta, atuaram como assassinos pelos erros cometidos na hora de esvaziar a embarcação.

O navio levava 476 passageiros do porto de Incheon, a 43 km da capital Seul, para a ilha de Jeju, um dos principais destinos turísticos do país. Pelo menos 80 pessoas morreram e outras 221 estão desaparecidas, segundo a última contagem das equipes de resgate. Nesta segunda, foram resgatados 45 corpos.

Em mensagem no site da Presidência, Park prometeu apurar todas as irregularidades ocorridas no naufrágio e obrigar os responsáveis a assumir sua culpa. "O que o capitão e alguns tripulantes fizeram é incomensurável do ponto de vista do bom senso, imperdoável e é um comportamento assassino."

No momento do acidente, um timoneiro de 26 anos conduzia o navio, em um ponto em que a embarcação precisa fazer uma curva para seguir rumo a Jeju. Após perceber o naufrágio, o capitão pediu aos passageiros que ficassem na embarcação, em vez de sair. Isso pode ter ajudado a provocar o alto número de mortes, que pode chegar a mais de 300. Anteontem, o capitão culpou o mar revolto e a falta de barcos para resgate por não ter ordenado a saída. Lee Joon-seok, 69, está preso, assim como outros dois timoneiros e outros quatro tripulantes.

O capitão responderá por homicídio culposo, naufrágio e abandono de navio, por ter sido um dos primeiros a deixar a embarcação. Os timoneiros e os tripulantes também responderão por naufrágio e por abandono do navio.

Críticas

As declarações aos tripulantes aconteceram no momento em que o governo é criticado pelos familiares das vítimas, que o acusam de não se empenhar o suficiente no resgate dos passageiros.

A confusão começou logo após o acidente, quando a Guarda Costeira informou que 368 pessoas haviam sido resgatadas, quando, na verdade, eram 174. Os parentes também reclamam da demora dos mergulhadores em entrar no navio e da relutância do governo em aceitar ajuda externa.

Nesta segunda, um funcionário do Ministério de Segurança renunciou por ter tirado uma foto comemorativa na noite de ontem na sala de crise do naufrágio. A imagem irritou os familiares das vítimas, que gritaram contra os membros do governo.

Mais cedo, a empresa Cheonghaejin Marine, responsável pelo navio naufragado, suspendeu a navegação para os três trajetos que faz saindo do porto de Incheon. A empresa será investigada para que se apurem possíveis responsabilidades.

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