Nova Iorque Uma porta-voz da mineradora suíça Glencore disse que nacionalização de sua unidade na Bolívia, decretada ontem pelo presidente Evo Morales, "viola" os direitos da empresa. "Vamos buscar meios de contestar a decisão, porque agimos de acordo com as leis bolivianas e internacionais" disse uma porta-voz da empresa. O governo da Suíça pediu que a Bolívia honre seus acordos internacionais. Segundo uma porta-voz do governo, a Suíça assinou em 1991 com a Bolívia um pacto de proteção ao investimento, pelo qual a nacionalização deve resultar em indenização ao investidor.
A Vinto era controlada pela subsidiária Sinchi Huayra, da Glencore, que também opera cinco minas nas regiões de Oruro e Potosí na Bolívia. A fundidora de Vinto trata o minério da Sinchi Huayra e das minas de terceiros. Segundo o site da Glencore, a Sinchi Huayra produz 241 mil toneladas de concentrado de zinco por ano, 15 mil toneladas de concentrado de chumbo e 12 mil toneladas de estanho e tem 3.427 funcionários.
Em maio de 2005, Morales nacionalizou o setor de petróleo e gás da Bolívia, prometendo assumir outras companhias privadas no setor de transporte e refinarias, além de elevar os impostos e royalties sobre a produção.
Morales também disse que todas as empresas de propriedade de Sanchez de Lozada, derrubado da presidência em 2003 em meio a protestos, serão nacionalizadas.