Micheletti garante proteção à embaixada

Folhapress

Tegucigalpa - O governo interino de Honduras reagiu às reclamações do Brasil perante a ONU quanto às ameaças à segurança da sua embaixada em Tegucigalpa com um comunicado "ao povo das Nações Unidas", no qual reassume a responsabilidade pela segurança do prédio, mas, por outro lado, renova as acusações de interferência nos assuntos internos e pede respeito às eleições de novembro que vem.

"Aos povos da Nações Unidas, peço que protestem contra o in­­tervencionismo estrangeiro em Honduras; peço que apoiem o processo eleitoral de um povo que deseja viver em liberdade", afirma o texto da missão permanente de Honduras na ONU.

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Tegucigalpa - Expondo, pela primeira vez desde o golpe de 28 de junho, a divisão no governo de fato, empresários hondurenhos apresentaram ontem uma proposta para restituir Manuel Zelaya ao cargo, com poderes limitados, como prevê o Acordo de San José – proposto pe­­lo presidente costa-riquenho, Ós­­car Arias. Mas Zelaya teria de responder aos 18 processos que acumula na Justiça. Segundo o em­­­­pre­­sário Adolfo Facussé, o presidente interino, Roberto Mi­­che­­letti, re­­tornaria à Câmara dos De­­putados, como parlamentar vitalício.

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A proposta contempla ainda o envio de uma força militar ou policial – por parte de Canadá, Panamá e Colômbia – para ga­­ran­­tir o cumprimento do acordo. Essa saída, explicou Facussé, im­­pediria que o país acabasse tutelado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Essa foi uma das propostas de­­batidas em uma reunião na tarde de ontem entre empresários e o embaixador dos Estados Unidos em Tegucigalpa, Hugo Llorens. Ele apoiou a adoção do Acordo de San José, com a ressalva de que seu país não está "inclinado" à posição de Zelaya.

Segundo o chefe do Estado-Maior Conjunto de Honduras, ge­­neral Romeo Vásquez Velásquez, as Forças Armadas apoiam o diálogo para a solução da crise, mas se negou a dizer se os militares aceitariam Zelaya de volta à presidência.

A fórmula empresarial, entretanto, não parece agradar às For­­ças Armadas, que são hoje o principal pilar do governo de fato. O general assegurou que os militares se mantêm fiéis à Constituição e à sociedade e não foram os ar­­ti­­culadores do golpe. "Se tivesse par­­­­tido das Forças Armadas, eu seria o chefe de Estado."

Exceção

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Em outro sinal de recuo, o governo de fato de Honduras avisou a Or­­ganização dos Estados Ame­­ri­­ca­­nos (OEA) que deverá suspender nos próximos dias o decreto de sábado que instaurou o estado de sítio. O mesmo compromisso foi enviado a Arias, um dos me­­dia­­dores da crise hondurenha.

A emissão do decreto – que permitiu o fechamento de meios de comunicação e impediu manifestações favoráveis à restituição ao poder de Zelaya – desencadeou críticas até mesmo entre aliados do governo de fato.