As cenas trágicas que se seguiram ao terremoto estão estimulando empresas brasileiras e multinacionais a enviar doações e mão de obra especializada para o Haiti. Além de ajudar, seguindo suas políticas de responsabilidade social, as empresas se credenciam para participar da reconstrução do país. Construtoras como a Odebrecht e a OAS, que já têm atividades na região, deverão ter papel importante nas obras emergenciais.
A OAS estava construindo uma rodovia no país. A empreiteira disponibilizou seus funcionários e equipamentos para "qualquer ação emergencial e de ajuda humanitária", segundo nota Já a Odebrecht não estava lá, mas é a maior construtora em operação na República Dominicana. A empresa ofereceu, em caráter de doação de serviços, dez máquinas escavadeiras com operadores para trabalhar na desobstrução de vias, remoção de escombros e busca de corpos. No entanto, com dificuldades de organização da fronteira, as máquinas só chegaram ao país na noite de sábado.
Nesta segunda-feira, o diretor de contratos da construtora brasileira na República Dominicana foi a Porto Príncipe acompanhar os trabalhos da empresa, que também está ajudando a reorganizar a logística do país para o escoamento e distribuição de doações que chegam de todas as partes do mundo.
Entre os donativos estão US$ 150 mil em alimentos e US$ 1 milhão em água que foram enviados pela Nestlé. Segundo a assessoria da companhia no Brasil, apenas nesta segunda-feira foram entregues 20 caminhões de água e cerca de US$ 25 mil em produtos nas regiões afetadas pelo terremoto. A multinacional suíça também doou R$ 100 mil em dinheiro, e os funcionários da Nestlé na República Dominicana doam sangue para o atendimento aos feridos. Em cada país onde a empresa atua, os funcionários estão sendo estimulados a fazer doações em dinheiro que serão revertidas para distribuição pela Nestlé dominicana.
A Ambev - que atua também nesse país vizinho - está dedicando parte de sua linha de produção para, excepcionalmente, engarrafar água. Partes ociosas da fábrica de cerveja e refrigerantes na República Dominicana estão sendo utilizadas para embalar os 420 mil litros que estão sendo enviados ao Haiti desde sábado em caminhões da companhia.
Responsável por toda a comunicação do Exército no Haiti desde o início da missão no País, a Embratel foi convocada pelo cliente para restabelecer o sistema danificado pelo terremoto. Chegaram hoje a Porto Príncipe quatro técnicos da companhia telefônica, que vão trabalhar nos reparos de equipamentos do sistema de comunicação via satélite da tropa brasileira. A destruição de algumas bases prejudicou a comunicação via telefonia e internet entre os militares no Haiti e o contato com o Brasil e outros países.
No sábado, 10 técnicos engenheiros da Telefónica chegaram a Porto Príncipe. A primeira tarefa deles também é a de restabelecer a comunicação entre as bases do Exército brasileiro Eles não têm ainda ideia de quanto tempo esses funcionários vão ficar no Haiti. "Por enquanto, nossa tarefa é com o Exército, mas isso não significa que o trabalho não possa ser expandido", afirmou Fernando Freitas, diretor de Relações Institucionais da Telefónica. A empresa tem experiência em outros momentos de tragédia. Em 2007, atuaram também no Peru, após o terremoto, restabelecendo os serviços de comunicação.
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