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Enchentes deixam 9 mortos na Alemanha e França é ameaçada por novos temporais

Rio Sena transbordou em Paris: país está em alerta por causa das fortes chuvas | BERTRAND GUAY/AFP
Rio Sena transbordou em Paris: país está em alerta por causa das fortes chuvas (Foto: BERTRAND GUAY/AFP)

Um novo temporal anunciado para esta quinta-feira (2) aumentava os temores de um agravamento das inundações que afetam a França, enquanto na Alemanha, que também registrou chuvas torrenciais, o número de mortos desde o fim de semana chegou a nove.

Quatro pessoas, incluindo três mulheres de uma mesma família, morreram e outras quatro estão desaparecidas na Baviera, no sudeste da Alemanha, indicou na manhã desta quinta-feira à AFP um porta-voz da polícia local. “Tememos o pior”, acrescentou este porta-voz, preocupado pelos desaparecidos que estão sendo procurados ativamente.

As autoridades também encontraram o corpo de um homem, acrescentou posteriormente a mesma fonte, sem informar se trata-se de um dos desaparecidos. No domingo e na segunda-feira as chuvas torrenciais provocaram a morte de quatro pessoas no sudoeste do país.

Mortes na Alemanha

Na localidade alemã de Simbach am Inn, epicentro das inundações na quarta-feira, o nível de água baixou, depois de ter alcançado em algumas regiões os telhados das casas.

Foi nesta pequena cidade de 10 mil habitantes, perto da fronteira austríaca, que os socorristas descobriram em uma casa inundada três corpos sem vida.

“A água subiu tão rápido que praticamente ninguém teve tempo de fugir”, disse a polícia.

“Choro pelas pessoas que morreram nas inundações”. “Esta situação de urgência mostra que na Alemanha somos solidários”, declarou a chanceler alemã, Angela Merkel.

No norte da Áustria, a região de Salzburgo também sofreu fortes chuvas que deixaram várias rotas secundárias debaixo d’água. As escolas do distrito de Braunau, no norte do país, permanecerão fechadas nesta quinta-feira.

Alerta na França

Na França, após “um dia de calma relativa” na quarta-feira, são esperadas novas chuvas para esta quinta, advertiu o serviço meteorológico francês.

A região parisiense e o departamento vizinho de Loiret (centro) estavam nesta quinta-feira em alerta, com 24 mil lares sem eletricidade.

A situação segue tensa e difícil em várias regiões, reconheceu o primeiro-ministro Manuel Valls, que foi constatar os danos nas ruas inundadas de Nemours, uma das cidades mais afetadas, 80 km ao sul de Paris. Em alguns lares desta localidade, a água superou os níveis alcançados durante a inundação de 1910 (4,25 m).

“Vivo aqui há 60 anos e nunca havia visto algo comparável”, disse Sylvette Gounaud, moradora de Nemours.

Valls anunciou a criação de “um fundo excepcional de apoio” às vítimas. Algumas pessoas precisaram passar a noite em ginásios da cidade, como em Nemours e Longjumeau (a sudoeste de Paris).

Nestas localidades, cujos centros ficaram inundados, pequenas embarcações levavam à terra firme os habitantes privados de eletricidade e calefação, constataram fotógrafos da AFP.

Desde as primeiras chuvas de domingo foi necessária a intervenção de 10.000 bombeiros em todo o território francês, segundo as autoridades.

Em Paris, as ruas às margens do Sena, completamente debaixo d’água, estavam fechadas. Os pés da estátua do “Zouave” da Pont de l’Alma, que serve de referência aos parisienses há mais de um século para calcular o nível de água do rio que atravessa a capital, também estavam cobertos.

Nas inundações históricas de 1910, a água chegava aos ombros (8,62 m) desta famosa estátua.

O nível do Sena continuará subindo e pode alcançar no próximo fim de semana entre 5,10 e 5,70 metros, uma situação que “precisa ser vigiada de perto”, advertiu a prefeita da cidade, Anne Hidalgo.

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