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A população norte-americana vai às urnas no próximo dia 4 de novembro para escolher o sucessor de George W. Bush na Presidência dos Estados Unidos. Os senadores Barack Obama e John McCain disputam o cargo pelos dois principais partidos do país, o Democrata e o Republicano, respectivamente.

A contagem dos votos dos mais de 200 milhões de eleitores não vai apontar diretamente, entretanto, o próximo presidente. Pela legislação norte-americana, o comandante-em-chefe do país é escolhido indiretamente por um Colégio Eleitoral, este sim, escolhido pelo voto popular. Os eleitores votam em seus estados para eleger um determinado número de delegados, que representam o estado no Colégio Eleitoral. Os delegados votam nele de acordo com a vontade da maioria da população naquele estado.

O voto de um eleitor da Califórnia, por exemplo, nunca é contado juntamente com o de um eleitor de Nova York, ou da Dakota do Sul. Os eleitores da Califórnia elegem 55 delegados, que representam 55 votos para o candidato à Presidência naquele estado, enquanto os de Nova York elegem 31 delegados e os da Dakota do Sul levam apenas 3 votos no Colégio Eleitoral.

O Colégio Eleitoral dos Estados Unidos divide o país com base em sua população. Quanto mais habitantes um estado tem, mais poderoso ele é na hora de dar seus votos a um determinado candidato.

Cada estado tem um número mínimo de três delegados. É o caso de Delaware, que tem 853 mil habitantes. A Califórnia, o estado mais populoso do país, com 36 milhões de habitantes, é o que tem mais peso no colégio eleitoral: 55 votos. Já Nova York, com 19 milhões de habitantes, tem 31 votos.

O colégio eleitoral norte-americano tem, ao todo, 538 representantes. Vence a eleição presidencial o candidato que conseguir pelo menos 270 votos.

Curiosidades

Há uma outra especificidade do Colégio Eleitoral que marca a eleição norte-americana: na maior parte dos estados, o candidato que ganhar o maior número de votos populares leva todos os delegados desse estado. Por esse sistema, mesmo que um candidato A tenha obtido, por exemplo, 30% dos votos da população de um estado, esses votos não terão nenhum peso na contagem final se o seu adversário B ganhar a maioria dos votos populares (51% ou mais).

É bom lembrar que além dos dois candidatos principais (que disputam de fato a Presidência), há uma série de candidatos independentes lutando pelo cargo mais importante do governo norte-americano, que podem afetar o resultado da votação. Caso haja uma divisão dos votos e nenhum dos candidatos receba ao menos 270 votos, os três candidatos que receberam mais votos do Colégio Eleitoral vão para uma nova eleição. Neste caso, porém, a decisão passa do Colégio Eleitoral para a Câmara de Representantes, onde cada estado tem um voto.

O sistema eleitoral norte-americano pode trazer resultados curiosos: nem sempre vence a eleição quem tem mais votos em todo o país. Isso aconteceu recentemente, em 2000, quando o democrata Al Gore teve mais votos entre a população do que o republicano George W. Bush, mas acabou perdendo a eleição. Esse fenômeno também aconteceu com John Quincy Adams (em 1825), com Rutherford Hayes (em 1877) e com Benjamin Harrison (em 1889).

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