Entre as milhares de pessoas atingidas pelo terremoto que devastou a região italiana do Abruzzo na semana passada estão muitos imigrantes, que viram as vidas que construíram durante anos na Itália destruídas em um instante. Enquanto muitos italianos têm meios para se abrigar em propriedades que possuem em outras regiões do país ou nas casas de parentes e amigos, os peruanos, filipinos e romenos, entre outros imigrantes, muitas vezes não têm a quem recorrer e viraram uma presença grande e visível nas dezenas de campos de tendas que abrigam os sobreviventes nas proximidades da cidade de L'Aquila.
Paolo Brivio, porta-voz da Caritas, agência humanitária católica, disse que o terremoto de 6 de abril que matou 294 pessoas é a "maior emergência na Itália, onde existe uma presença maciça de imigrantes".
"Eles perderam não apenas seus empregos e suas casas, das quais eles pagavam hipotecas - como os italianos - mas sem trabalho e residência, muitos poderão perder o direito de residir na Itália legalmente", disse Brivio.
"Nós não temos mais nada", disse Jimmy Ruiz, um peruano de 28 anos que com outros parentes comprou uma casa, agora condenada pelo terremoto. "É um pesadelo", ele disse. Agora, Ruiz vive com sua namorada grávida e com parentes em uma tenda e considera a volta ao Peru, pelo menos temporariamente. "Nós não temos outras propriedades ou parentes com dinheiro como os italianos. Nós estávamos começando do zero e agora estamos destruídos".
Não existem estatísticas sobre o número de imigrantes entre as 55 mil pessoas dispersas pelo terremoto - 33 mil das quais ainda estão nos acampamentos de tendas.
Mas é certo que o número de estrangeiros é grande. Viviam em L'Aquila, a cidade mais atingida pelo terremoto, pelo menos 4 mil estrangeiros em situação legal - em uma população total de 70 mil pessoas, isso sem contar o número de imigrantes clandestinos, informou a Caritas. Isso, segundo a entidade, significa que o número de estrangeiros em L'Aquila é proporcional ao número de imigrantes no conjunto da população da Itália, onde 5,7% dos 59,6 milhões de habitantes são estrangeiros. As informações são da Associated Press.
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