Uma importante autoridade dos EUA prorrogou nesta quinta-feira (2) as negociações com a Coréia do Norte em uma tentativa de salvar um ameaçado acordo de desarmamento e de convencer o sigiloso regime do país a não recolocar em operação uma usina nuclear capaz de fabricar plutônio apto a ser usado em armas.
A visita de Christopher Hill, secretário-assistente de Estado, à Coréia do Norte alimentou esperanças de que um acordo possa estar sendo preparado. A notícia surgiu no momento em que as duas Coréias realizaram suas primeiras negociações em quase um ano. Não há, porém, sinais claros de progresso.
O esforço diplomático coincide com um relatório dando conta de que a Coréia do Norte pode estar prestes a acirrar as tensões na região ao modernizar uma plataforma de lançamento usada para testar mísseis capazes de atingir a Coréia do Sul e o Japão.
Hill, que viajou para Pyongyang nesta quarta-feira (1), deve realizar um segundo dia de negociações com o principal representante norte-coreano nas negociações sobre a questão nuclear, afirmou o Departamento de Estado dos EUA.
O secretário-assistente deveria voltar para Seul na quinta-feira, mas o Ministério das Relações Exteriores da Coréia do Sul disse que Hill deve ficar no país vizinho ao menos até sexta-feira (3). A agência de notícias Yonhap afirmou que, segundo um diplomata, a prorrogação das negociações poderia significar a iminência da assinatura de um acordo.
Meios de comunicação da Ásia informaram que a autoridade norte-americana estava pronta a ceder a respeito dos mecanismos de verificação do relatório da Coréia do Norte sobre seu programa nuclear. Tudo faria parte dos esforços para retomar um acordo acertado por potências regionais e que prevê trocar o desarmamento norte-coreano por ajuda internacional.
No entanto, Sean McCormick, porta-voz do Departamento de Estado, disse na quarta-feira que Hill não ofereceria aos norte-coreanos nenhuma mudança "substancial" a respeito dos mecanismos de verificação.
A Coréia do Norte recusou a exigência norte-americana sobre as verificações, alegando que as manobras seriam invasivas demais. O governo norte-americano respondeu dizendo que só retiraria o país asiático de sua lista de países acusados de patrocinar o terrorismo quando os norte-coreanos aceitassem um sistema "robusto" de verificação.
"A Coréia do Norte parece interpretar as exigências sobre um sistema rígido de verificação como uma armadilha montada pela linha-dura dos EUA", disse Paik Hak-soon, especialista do Instituto Sejong, da Coréia do Sul.
Os norte-coreanos começaram a desmantelar sua usina em novembro, como previa um acordo assinado também pela China, pela Rússia, pela Coréia do Sul e pelos EUA. Nas últimas semanas, no entanto, o país ameaçou retomar suas atividades na usina como resposta pelo fato de ainda constar da lista norte-americana de Estados acusados de patrocinar o terrorismo.
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