Os hospitais públicos do Paraguai suspenderam por tempo indeterminado as cirurgias para prestar atenção prioritária aos mais de 13 mil doentes com dengue. A doença já causou 18 mortes no país este ano, informou o governo. "A partir de quinta-feira não haverá cirurgias porque todas as macas disponíveis nos hospitais estarão à disposição dos pacientes com dengue", disse Edgar Giménez, vice-ministro de Saúde Pública.
Segundo ele, após os registros de mortes, a população passou a cooperar com as autoridades para manter limpas suas residências, retirando lixo e eliminando a água parada, onde o mosquito Aedes aegypti se reproduz. As mortes foram consequência do tipo 2 da doença, o hemorrágico. Além disso, a quantidade de doentes pela dengue clássica supera os 13 mil.
O Paraguai possui um clima subtropical, em geral com chuvas breves mas habituais, causando alta umidade, situação propícia no solo para a reprodução não só do Aedes aegypti mas também de outros, como o anófeles, transmissor da malária.
Os sintomas da dengue são fortes dores na cabeça e nas articulações, náuseas, vômitos e diarreias. "Devemos admitir que o Ministério de Saúde Pública está fazendo grandes esforços para que esta situação não se descontrole", disse Giménez, confirmando que nas últimas duas semanas está havendo uma convocação pública para a contratação de mais de dois mil médicos e enfermeiras.
A ministra da Saúde, Esperanza Martínez, acrescentou que "para nós é tão doloroso que morram 18 ou somente um indivíduo, porque significa que não foram cumpridas as indicações de prevenção".