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Brasília – O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Inzulsa, disse hoje (6) que parte dos líderes da revolta policial ocorrida no dia 30 de setembro no Equador tinha por objetivo desestabilizar o governo e promover um golpe de Estado. As informações são da agência de notícias Telam.

"Estou convencido de que provavelmente uma parte importante do contingente policial que se rebelou pode ter sido levado a esse motim por argumentos econômicos, mas não há como duvidar que a intenção dos outros, que provavelmente no foram vistos na primeira fila, era levar a rebelião até a ingovernabilidade", disse Inzulsa.

Durante a reunião extraordinária da organização, Inzulsa relatou sua viagem a Quito, feita na última sexta-feira dia 1º, e pediu aos governos latino-americanos que redobrem os esforços na defesa da democracia de cada um dos países da região. "Temos a obrigação de apoiar plenamente a existência de regimes democráticos, porque qualquer derrota em qualquer parte do hemisfério, é um grave dano para todos".

De acordo com a OEA, o secretário-geral fez este apelo descrevendo o cenário existente após o incidente no Equador. "Isso aconteceu em um país onde o presidente Rafael Correa goza de forte apoio popular, o que mostra que no nosso continente há aqueles que, mesmo quando em minoria, estão dispostos a tirar vantagem das circunstâncias para desestabilizar um regime democrático", concluiu. "É por isso que devemos estar alerta, não só no Equador, mas em todo o hemisfério."

Insulza afirmou que ele voltou de Quito "convencido de que a democracia equatoriana é sólida" e que "tem a força para seguir em frente." No entanto, ele advertiu que o que ocorreu no Equador também o convenceu de que é necessário refletir sobre as maneiras de fortalecemento e defesa da democracia na região.

Na semana passada, uma série de protestos tomou conta das principais cidades do Equador. Integrantes da Polícia Nacional que lideraram as manifestações alegaram insatisfação com as medidas adotadas pelo governo. Mas o presidente Rafael Correa afirmou que o objetivo era desestabilizar o governo e promover a desordem.

De acordo com Correa, as manifestações foram estimuladas pelo principal opositor do governo, o ex-presidente Lucio Gutiérrez. Ele renunciou ao governo em abril de 2005, depois de uma série de denúncias e vários protestos. Gutierrez, porém, negou envolvimento nas manifestações.

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