Tripulantes de helicópteros brasileiros permanecem perto da fronteira colombiana, prontos para levantar voo e receber dois soldados que os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) planejam entregar à Cruz Vermelha, informou o governo da Colômbia nesta quarta-feira.
Pablo Emilio Moncayo, mantido refém por doze anos na floresta, e Josué Daniel Calvo poderão ser libertados dentro de dois dias, uma vez que o governo obtenha as coordenadas para a entrega pelas Farc, a maior força rebelde da Colômbia.
"Neste momento, os helicópteros estão em um ponto perto da fronteira com o Brasil. Estamos aguardando pela localização precisa onde ocorrerá a operação", disse a repórteres o comissário de paz Frank Pearl, em Bogatá.
As Farc ainda mantêm 24 policiais e soldados em acampamentos secretos no meio da floresta como moeda de troca em sua guerra de quatro décadas contra o Estado.
As Farc, que já foram um poderoso Exército camponês que sequestrava e explodia bombas a seu bel-prazer, foi empurrada de volta às florestas pelos militares colombianos, com o apoio dos Estados Unidos. Os rebeldes estão agora profundamente envolvidos com o tráfico de cocaína e contam com pouquíssimo apoio dos colombianos.
A senadora colombiana Piedad Córdoba, que media a libertação, disse na semana passada que os rebeldes lhe deram as coordenadas para a entrega. Ela afirmou que Calvo, sequestrado no ano passado e que agora está gravemente doente, seria libertado primeiro.
As Farc afirmaram há um ano que libertariam os dois homens, mas a entrega foi comprometida por escaramuças entre os rebeldes e o governo do presidente Álvaro Uribe, que adotou uma linha dura contra a guerrilha.
Uribe, cujo pai foi assassinado há duas décadas em uma tentativa de sequestro das Farc, afirma que os militares interromperão temporariamente suas operações para permitir a entrega. Mas ele acusa as Farc de tentar marcar pontos políticos com as libertações.
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