A prisão do diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, acusado de abusar de uma funcionária do hotel onde estava hospedado, em Nova York, representa um abalo nas pretensões eleitorais do maior peso pesado do Partido Socialista nas eleições presidenciais de 2012 na França. Líder nas pesquisas, Strauss-Kahn era celebrado por militantes de esquerda como o homem capaz de tornar viável o sonho de retomar o poder, 30 anos após a primeira vitória de François Mitterrand. Agora, opositores atacam.
Em pesquisa publicada na semana passada pelo instituto Viavoice, Strauss-Kahn era o preferido de 39% dos militantes de esquerda, contra 20% do ex-secretário-geral do partido, François Hollande, e 11% da ex-deputada e ex-candidata em 2007, Ségolène Royal. Entre os pré-candidatos à presidência de todos os partidos, o diretor executivo do FMI também era líder, com 27%, contra 20% do atual presidente, Nicolas Sarkozy, e 19% de Marine Le Pen, segundo o Ifop.
No entanto, um inferno astral teve início na vida de Strauss-Kahn. Desde os primeiros minutos da manhã de ontem, em Paris, líderes políticos de partidos de oposição se revezaram para apontar o líder socialista como culpado. Marine Le Pen, presidente da Frente Nacional e candidata da extrema direita à presidência, decretou: "Strauss-Kahn está desacreditado".
A acusação de ataque sexual foi negada pelo advogado de Strauss-Kahn. Conhecido por defender o cantor Michael Jackson em uma acusação de pedofilia, Benjamin Brafman afirmou, porém, não ter definido a estratégia de defesa do francês. "Meu cliente se diz inocente", resumiu.