Militares israelenses responsabilizam o Hamas pelo alto número de civis entre os 770 mortos na Faixa de Gaza desde o início da investida do Estado judeu, no final de 2008. Segundo Israel, os militantes palestinos usam crianças e mulheres como escudos humanos, que acabam sendo vitimados pelos ataques que visam apenas alvos militares.
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Uma ONG israelense de defesa dos direitos humanos, entretanto, sai em defesa dos civis palestinos, e diz que o argumento não serve como justificativa, e que Israel tem obrigação de proteger a população em detrimento de ataques, mesmo a alvos militares.
Segundo a organização BTselem, o fato de o Hamas usar civis do seu próprio lado não significa que Israel tenha o direito de desrespeitar as leis humanitárias internacionais. "As leis humanitárias não são simétricas, não dão o direito a Israel de desrespeitá-las só porque o Hamas não as segue. Israel não tem o direito de pôr em risco a vida dos civis palestinos, e precisa pesar o risco de vítimas civis em cada ataque, mesmo contra alvos legítimos", disse, em entrevista ao G1, o diretor do grupo, Sarit Michaeli.
Michaeli diz não poder avaliar se Israel diz a verdade quando alega tentar defender os civis, mas ressalta que esta é a obrigação do Exército do seu país. "É obrigação de Israel, pelas leis humanitárias internacionais, fazer o possível para proteger os civis do impacto das hostilidades. Isso significa não atacar alvos civis, mas também considerar os efeitos de todos o seus ataques a alvos militares sobre os civis."
O governo de Israel alega seguir essas obrigações. Segundo Michaeli, a BTselem não pode confirmar que isso acontece em todos os ataques realizados nesta guerra, mas eles analisam alguns casos específicos e cobram de Israel que se responsabilize pelas vidas civis. "Um caso específico que estamos questionando é o dos ataques aéreos a alvos do governo do Hamas em Gaza, que atingiram civis. Estamos questionando Israel, pois estes ataques parecem ter sido feitos sem objetivos militares. Também vamos investigar o bombardeio às escolas da ONU, questionando se os ataques violaram as leis humanitárias internacionais", disse.
Hamas
Segundo Michaeli, o argumento israelense de que os militantes do Hamas desrespeitam as leis humanitárias internacionais é válido. O grupo palestino costuma lançar foguetes contra alvos civis em Israel, e já chegou a atingir escolas e residências de israelenses, deixando pelo menos quatro mortos.
"É sabido que o Hamas viola essas leis com frequência. Os militantes cometem crimes de guerra quando lançam foguetes sobre civis em Israel. E também é uma violação de leis internacionais quando eles realizam ataques de dentro de áreas muito populosas e protegidas por civis", disse, defendendo o direito que Israel tem de buscar se defender militarmente. Mesmo assim, continuou, "isso não justifica que Israel passe a ter o direito de igualmente ignorar as leis internacionais e fazer vítimas civis na Faixa de Gaza."
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