Patrick Tengelin e a mãe viajaram da Suécia para honrar a memória do irmão e filho, David, morto na Torre Norte| Foto: Irinêo Baptista Netto/Gazeta do Povo

Emoção

Luto ainda marca familiares e amigos

David Tengelin morreu quando o primeiro avião rasgou a estrutura da Torre Norte. Ele estava exatamente na área do choque. "Eu só rezo para que ele não tenha tido tempo de sofrer", diz Patrick, irmão de David.

Patrick viajou da Suécia com a mãe e a irmã para participar da cerimônia dos dez anos dos atentados e da inauguração do Memorial 11 de Setembro.

"É importante para mim estar aqui", diz Patrick. "No início, eu me sentia desesperado com a perda, mas não quero continuar perseguindo os bandidos".

A expectativa era de que a cerimônia seria muito tocante. Tanto que voluntários da Cruz Vermelha passeavam o tempo todo pelo público distribuindo água e lenços de papel.

David Golnik, de Chicago, acompanhou a mulher, Lucy, que perdeu a irmã nos ataques terroristas. "Ficamos felizes com a homenagem à memória de Gina [Sztejnberg, sua cunhada], mas é também um evento muito difícil", diz David.

Jennifer Pollock veio da África do Sul com o marido para acompanhar o amigo Alec Rowe, que perdeu o filho Nick nas Torres Gêmeas. "É muito emocionante", diz Jennifer. "Alec diz que dez anos de luto deveriam ser suficientes, mas ele não consegue dissimular o sofrimento." (IBN)

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Nova York Vive

O som do silêncio

A certa altura da cerimônia dos dez anos do 11 de Setembro, Paul Simon subiu ao palco para cantar "The Sound of Silence", uma de suas músicas mais conhecidas. A escolha foi perfeita porque "O Som do Silêncio" foi o que se ouviu durante as cinco horas do tributo às vítimas que morreram nos atentados de 2001 e de 1993.

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Nova York - Uma multidão de familiares e amigos daqueles que morreram em 11 de setembro de 2001 acompanhou ontem a cerimônia de cinco horas de duração que pagou tributo às vidas perdidas para o terrorismo. A manhã nublada de domingo marcou os dez anos dos atentados e a inauguração do memorial às vítimas.

O presidente Barack Obama, o ex-presidente George W. Bush e os prefeitos e governadores de Nova York – hoje e à época dos atentados – deixaram os discursos de lado e assumiram o púlpito dentro do terreno de obras do World Trade Center (WTC) para ler textos escolhidos para a data.

Obama leu o Salmo 46, da Bíblia, que começa dizendo "Deus é nosso refúgio e fortaleza", enquanto Bush escolheu uma carta de Abraham Lincoln a uma mãe que havia perdido seus cinco filhos na Guerra Civil.

O Memorial apresentado ontem – dois espelhos de água que ocupam os lugares exatos onde ficavam as Torres Gêmeas, ladeados por painéis de bronze com os nomes dos mortos no 11 de Setembro – é a primeira obra a ser concluída dentro do novo WTC.

O complexo terá também um museu e mais três edifícios além do prédio principal, antes chamado de Torre da Liberdade e rebatizado com o número Um, assim como os outros serão chamados de Dois, Três e Quatro.

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Ao longo da cerimônia, foram feitas seis pausas, marcando os eventos-chave da fatídica terça-feira de 2001. O primeiro minuto de silêncio ocorreu às 8h46, hora em que o voo 11 da American Airlines se espatifou contra a Torre Norte. O último, às 10h28, lembrou a queda do mesmo prédio – a Torre Sul foi atingida depois, mas desmoronou antes.

A cerimônia exigiu muito das pessoas que estavam presentes, tanto física – a maioria teve de ficar em pé a maior parte do tempo – quanto emocionalmente. Parentes daqueles que morreram aceitaram subir ao palco para ler os nomes das vítimas e todos os 2.983 foram lembrados.

Durante a leitura, muitos se emocionaram, tentando controlar a voz embargada. Uma vez dentro do Memorial, as reações eram diversas e, diante dos nomes inscritos no painel de bronze, havia quem tirasse fotos, quem colocasse flores ou desabasse sobre o metal sem conseguir segurar as lágrimas.