O presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Hugo Chávez, e o seu rival na eleição deste domingo (7), Henrique Capriles, reafirmaram que reconhecerão os resultados da votação, mesmo que seja por pequena diferença de votos. "Nós somos gente séria, responsável. Impulsionaremos e apoiaremos os resultados, a voz da nação", disse Chávez, após votar em um colégio no 23 de Enero, um dos mais emblemáticos bastiões chavista de Caracas.
Veja as fotos deste domingo de votação na Venezuela
O presidente, que acusou a oposição de tergiversar na hora de responder se respeitará os resultados, disse que ligará para Capriles "assim que souber o resultado".
O rival afirmou o mesmo. "A primeira pessoa para quem eu vou ligar quando souber os resultados será o presidente Chávez", respondeu Capriles momentos depois, ao votar num colégio em Las Mercedes, região abastada da cidade da qual foi prefeito. "Nós, líderes, temos de dar o exemplo."
Confiante, o opositor disse que a segunda-feira será de união da Venezuela, após uma batalha de "invictos" -nenhum dois dois perdeu eleições antes. Disse ter recebido chamadas de "praticamente" todos os países da região, incluindo o Brasil, com mensagem de apoio às eleições.
Ansiedade
A ansiedade é grande na Venezuela, já que pesquisas de opinião no país apresentaram resultados divergentes nas últimas semanas e, historicamente, não têm sido indicador preciso -- há registros de erros pró-oposição e pró-governo. A maior parte delas dá vantagem a Chávez, mas também aponta um avanço da oposição nas últimas semanas. Ao menos uma pesquisa dá quatro pontos de vantagem para Capriles.
O temor de todos é que um resultado muito apertado atrase a entrega dos resultados transforme a ansiedade em questionamentos ao CNE, ou, pior: em distúrbios nas ruas."Digo a todo o nosso povo que amanhã seremos um só país, uma só Venezuela. Aqui quem vai ganhar é a Venezuela", afirmou Capriles a jornalistas, ainda no local de votação.
A votação segue lenta, com muitas filas, apesar de o sistema ser eletrônico, parecido como Brasil. Não foram registrados incidentes.
Na Venezuela, o voto não é obrigatório. A expectativa é que a participação seja mais alta que a média histórica de 70% -o que poderia ser uma má notícia para a oposição, já que a abstenção geralmente prejudica o chavismo. Há mais de 18,8 milhões de eleitores cadastrados para votar neste domingo.
Se Chávez ganhar, completaria, em 2019, 20 anos no poder, tornando-se o mais longevo líder do continente. Ele diz que seu objetivo é levar seu projeto revolucionário "a um ponto irreversível".Se o desafiante Capriles leva, é difcil imaginar uma transição suave, dado o controle do chavismo na Justiça e no Congresso. A posse é em janeiro.
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