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líder sul-africano

Caixão de Mandela chega ao local do enterro

Em Mthatha, como em outras partes do país, sul-africanos foram às ruas para homenagear Mandela | REUTERS/Yannis Behrakis
Em Mthatha, como em outras partes do país, sul-africanos foram às ruas para homenagear Mandela (Foto: REUTERS/Yannis Behrakis)

O caixão carregando os restos mortais de Nelson Mandela chegou ao vilarejo de Qunu, onde nasceu o líder sul-africano, neste sábado (14), um dia antes do enterro, que ocorrerá no local.

O carro fúnebre carregando o caixão de Mandela, coberto com a bandeira nacional, chegou à propriedade da família de Mandela sob céu nublado às 16 horas (horário local). Ele foi escoltado por um enorme comboio de veículos policiais, militares, entre outros, muitos piscando luzes de emergência. Um helicóptero militar sobrevoou a casa.

Na jornada final até a aldeia natal, a trajetória de Madiba havia recebido tributo em uma cerimônia realizada na manhã de sábado na base aérea de Waterkloof, em Pretória, antes de os restos mortais dele serem transportados a bordo de um avião militar. No aeroporto de Mthatha, o caixão de Mandela foi recebido por uma guarda militar e colocado em um comboio para a viagem de 32 quilômetros em direção a Qunu. Moradores e pessoas que tinham viajado por horas lotaram a estrada para Qunu, cantando e dançando.

A viúva de Mandela, Graça Machel, e a ex-mulher, Winnie Madikizela-Mandela, se abraçaram aos prantos no aeroporto de Mthatha quando o caixão chegou.

Mandela ficou preso por 27 anos por se opor ao apartheid racista no país e saiu da prisão em 1990 para forjar uma nova África do Sul. Tornou-se presidente em 1994, depois das primeiras eleições democráticas multirraciais no país.

Soldados em equipamento completo, homens e mulheres, estavam parados de pé de cada lado da estrada nas proximidades do aeroporto de Mthatha. Alguns civis também estavam na rota, se protegendo do sol com guarda-chuvas.

Houve uma surpresa entre os planos para o funeral, quando o arcebispo aposentado aposentado Desmond Tutu disse que não participaria da cerimônia porque não tinha recebido um convite. Autoridades do governo, por outro lado, insistem que ele está na lista de convidados. "Por mais que eu teria gostado de ir à cerimônia para dizer um adeus final a alguém que eu amava e tinha em grande conta, teria sido desrespeitoso com Tata (Mandela) ir sem ser convidado ao que foi anunciado como um funeral familiar privado", disse Tutu, em comunicado divulgado neste sábado. "Se eu ou meu gabinete tivéssemos sido informados de que eu seria bem-vindo, não há nada na Terra que me faria faltar."

Em Qunu, moradores expressaram profunda afeição. "Viva a espírito de Nelson Mandela", cantou uma multidão em uma estrada perto da propriedade da família. Khanyisa Qatolo, 28 anos, nasceu em Qunu e relatou ter participado das festas promovidas por Mandela na casa da família quando era criança, na década de 1990. "Eu me lembro de seu sorriso", disse ela. "Sinto falta de seu sorriso."

Milly Viljoen, 43 anos, dirigiu 12 horas durante a noite com um amigo para ficar à beira da estrada com vista para o complexo dos Mandela em Qunu. "É dignificante vê-lo no seu lugar de descanso final", afirmou. Milly, que era ativista estudantil durante o apartheid, viu Mandela pela primeira vez quando ele apareceu diante de uma multidão na Cidade do Cabo depois de ser libertado em 1990. Ela o conheceu mais tarde, quando ele visitou a escola municipal onde ela dava aulas. "Você não podia evitar amar este homem e se emocionar com todas as suas palavras", afirmou.

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