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Homenagem a Mandela

Intérprete de sinais do evento do Mandela era uma farsa, diz comunidade surda

O intérprete da linguagem de sinais do funeral do ex-presidente Nelson Mandela na terça-feira foi uma farsa, afirmou o diretor nacional da Federação de Surdos da África do Sul, Bruno Druchen.

Segundo ele, o homem visto na televisão ao lado de líderes como os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff "estava movendo suas mãos, mas não fazia sentido". A comunidade surda reagiu dizendo que o engano era "vergonhoso".

Três especialistas da língua disseram que o homem não estava usando sinais dos idiomas sul-africano ou americano. A linguagem de sinais sul-africana cobre todas as 11 línguas oficiais do país, de acordo com a federação. Ainda não se sabe se o homem não identificado estava usando um método diferente para se comunicar.

Braam Jordaan, um membro da Federação Mundial de Surdos, disse acreditar que o intérprete estava criando seus próprios sinais. Ele se somou a outros que usaram o Twitter para reclamar que o intérprete não estava usando uma linguagem de sinais reconhecida na África do Sul.

"O que aconteceu na cerimônia é verdadeiramente vergonhoso. Não deve acontecer", contestou Jordaan ao site de notícias SBS.

Sheena Walters, um representante da Associação Mundial de Intérpretes de Linguagem de Sinais, ecoou suas preocupações e disse que "parece bastante óbvio que o intérprete não estava usando a linguagem de sinais sul-africana".

"A maioria das línguas de sinais em todo o mundo compartilha uma estrutura e padrão semelhantes e essa pessoa parecia estar fazendo um monte de sinais repetitivos e não estava fazendo a expressão facial usual ou a estrutura da língua de sinais que se normalmente vê", explicou.

Em um tuíte, o intérprete de linguagem gestual sul-africano François Deysel disse o homem estava "fazendo uma brincadeira com a nossa profissão".

A cerimônia oficial em homenagem a Nelson Mandela reuniu chefes de governo e Estado de todo o mundo no estádio de futebol Soccer City, em Johannesburgo. O ex-presidente morreu na última quinta-feira, dia 5 de dezembro, após o agravamento de uma infecção pulmonar.

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